Autor: Lusa/AO Online
Segundo a organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW), sete ativistas estão detidos desde terça-feira. O
grupo de detidos integra três mulheres conhecidas pela luta contra a
proibição de conduzir e a tutela masculina: Lujain al-Hathlul, Aziza
al-Yussef e Emana al-Nafjan. Está
em curso “um inquérito para identificar todas as pessoas implicadas” e
tomar as “medidas legais apropriadas”, disse um porta-voz dos serviços
de segurança sauditas citado pela agência oficial SPA. O
porta-voz acusou as pessoas detidas de terem mantido “contactos
suspeitos com partes estrangeiras”, dado apoio financeiro a “elementos
hostis no estrangeiro” e recrutado funcionários. A
Arábia Saudita, único país do mundo que proíbe as mulheres de conduzir,
comprometeu-se a aplicar reformas para permitir uma maior participação
das mulheres na vida económica e social. Em
setembro de 2017, o governo do príncipe herdeiro Mohammed Bin Salman
anunciou que as mulheres vão ser autorizadas a conduzir e marcou para 24
de junho de 2018 o levantamento da proibição. Nenhuma
medida foi, no entanto, anunciada em relação ao sistema de tutela
masculina, ao abrigo do qual a mulher precisa da autorização de um
membro masculino da família para estudar, viajar ou exercer determinadas
profissões. Ativistas
disseram à HRW que, após a decisão de levantar a proibição de conduzir,
a justiça pediu a “destacados ativistas” que não falassem à imprensa. Sarah
Leah Whitson, responsável da organização para o Médio Oriente, frisou
que, apesar dos anúncios de reformas, “os verdadeiros reformadores
sauditas que ousam defender publicamente os direitos humanos e a
emancipação das mulheres” continuam a viver num “clima de medo”.