Detetadas ondas gravitacionais 100 anos depois de Einstein as ter nomeado

11 de fev. de 2016, 16:50 — Lusa/AO online

Numa grande conferência de imprensa em Washington, os cientistas do Observatório Norte-Americano de Interferometria Laser (LIGO) puseram assim termo a meses de rumores e grande expectativa entre a comunidade científica perante uma descoberta que abre a porta à redescoberta do Universo, desta vez sem necessidade da luz. “A nossa observação das ondas gravitacionais cumpre o ambicioso objetivo definido há cinco décadas de detetar de forma direta este fenómeno e entender melhor o Universo”, explicou a diretora executiva do laboratório LIGO. “Além disso, completamos o legado de Einstein no centenário da sua Teoria da Relatividade Geral”, acrescentou. O físico teórico alemão Albert Einstein (1879-1955) defendeu, na Teoria da Relatividade Geral que o celebrizou, que os objetos que se movem no Universo produzem ondulações no espaço-tempo e que estas se propagam pelo espaço. Previu, assim, a existência das ondas gravitacionais e demonstrá-la de forma direta era o último desafio em aberto da Relatividade. Este achado abre uma nova porta na Astronomia, porque, até agora, os cientistas valeram-se de diferentes formas de luz (ondas eletromagnéticas) para observar o Universo. As ondas foram registadas às 09:51 TMG do passado dia 14 de setembro de 2015 pelos detetores do LIGO, um dos quais localizado em Livingston (Louisiana) e outro em Hanford (Washington). As ondas gravitacionais transformam informação sobre o movimento dos objetos no Universo, e espera-se que permitam observar a história do Cosmos até épocas remotas.