Despesa foi superior ao orçamentado e ajuda duodécimos em 2022
Covid-19
29 de nov. de 2021, 13:59
— Lusa/AO Online
"A
despesa, sobretudo a que tem a ver com o apoio à economia, está a
crescer mais de três vezes do que estava orçamentado porque tivemos uma
terceira vaga muito forte no inverno deste ano", disse hoje o ministro
de Estado e das Finanças, João Leão, à margem da sessão pública de
cumprimentos ao administrador do Banco de Portugal Hélder Rosalino.O
ministro disse que as Administrações Públicas têm "nesse sentido, no
que toca a despesa às famílias e às empresas, excedido bastante o que
estava orçamentado"."Também ao nível do
Serviço Nacional de Saúde [SNS], fizemos investimentos bastante
significativos na área de contratações e também despesas com
medicamentos, vacinas, que fizeram com que a despesa ficasse muito
acima", reconhecendo João Leão que as "despesas relacionadas com a
pandemia cresceram muito acima do que estava esperado, porque a pandemia
teve efeitos mais significativos" que surpreenderam.Questionado
se face à incerteza em relação à nova variante Ómicron do vírus
SARS-CoV-2, que causa a Covid-19, o Governo terá agilidade para reativar
os apoios em 2022 em regime de duodécimos, o ministro afirmou que a
execução orçamental do ano de 2021 contribui para essa possibilidade."Como
o regime de duodécimos do próximo ano vai vigorar com base no Orçamento
de 2021, que estava preparado com verbas previstas para o combate à
pandemia, dá-nos uma ajuda para fazer face a essa dimensão", reconheceu
João Leão."Temos verbas extraordinárias nos orçamentos que nos permitem ajudar a combater os efeitos da pandemia", acrescentou ainda.O
governante lembrou que o regime de duodécimos, que obrigará à gestão
mensal do total da despesa de 2021 dividido por 12, não abrange o
sistema de Segurança Social."Uma parte
importante dos apoios no âmbito veio via sistema de Segurança Social,
que é um sistema que não está sujeito a um regime de duodécimos. Dá-nos
uma flexibilidade adicional para fazer face à pandemia caso se venham a
agravar muito as condições e afetem mais a atividade económica",
sustentou.O ministro reiterou ainda a
confiança de que o país irá cumprir a meta do défice de 4,3% do Produto
Interno Bruto (PIB) prevista no cenário macroeconómico adjacente à
proposta de Orçamento do Estado para 2022, entretanto 'chumbada' pelo
parlamento.Na quinta-feira, o Ministério
das Finanças divulgou que o défice das contas públicas nacionais
melhorou 650 milhões de euros (ME) até outubro face ao mesmo mês de
2020, totalizando 6.673 milhões de euros."O
défice das Administrações Públicas atingiu 6.673 ME até outubro em
contabilidade pública, refletindo uma melhoria homóloga de 650 ME
explicada pelo crescimento da receita (7,3%) ter sido superior ao da
despesa (5,7%)", segundo um comunicado do gabinete do ministro João
Leão, que antecipou a Síntese da Execução Orçamental divulgada pela
Direção-Geral do Orçamento (DGO).O
comunicado, referente às contas na ótica de caixa, adianta ainda que "a
despesa primária aumentou 7,1% em resultado das medidas extraordinárias
de apoio à economia e a forte dinâmica de crescimento da despesa do
Serviço Nacional de Saúde", que registou "um aumento muito elevado de
740 ME".