“Desgastados” com promessas não cumpridas na totalidade
7 de out. de 2022, 10:18
— Paulo Faustino
As famílias afetadas há cerca de um ano pelo mau tempo nos Mosteiros
dizem-se “completamente fartas e desgastadas” com o que consideram ser a
falta de todos os apoios prometidos, após os danos provocados pelas
inundações ocorridas a 27 de setembro de 2021 naquela freguesia.Depois
da Câmara Municipal de Ponta Delgada ter atribuído um apoio no valor de
13.372 euros, da Segurança Social ter concedido ajudas e de algumas
seguradoras terem avançado com verbas, os sinistrados queixam-se agora
por não terem ainda recebido os apoios prometidos pela Secretaria
Regional do Ambiente e Alterações Climáticas (SRAAC), através do
recém-criado Regime Jurídico-Financeiro de Apoio à Emergência Climática.“Até
agora, o que tivemos de apoios foi da própria população e da Segurança
Social, que na altura pediu três orçamentos para um conjunto de quarto
de casal e um sofá. As promessas todas que nos foram dadas no dia 27 de
setembro de 2021 não foram cumpridas na totalidade até hoje”, desabafa
Ana Sofia Andrade, porta-voz dos sinistrados, admitindo que este “é um
ciclo que não se fecha enquanto estiver tudo por resolver e para nós,
psicologicamente, não está a ser nada fácil”.Recorde-se que a chuva
intensa causou danos em habitações na zona da praia, tendo o transbordo
de uma ribeira originado inundações que atingiram nove agregados da Rua
da Areia e da Rua da Ponte, que perderam mobílias, eletrodomésticos,
viatura(s) e/ou outros bens materiais, deixando-os - à data dos
acontecimentos - em grave situação de precariedade.No caso da
moradia de Ana Sofia Andrade, os prejuízos são também ao nível da
estrutura habitacional. Ana diz aguardar por mais apoios do tal regime,
cujas candidaturas foram disponibilizadas online entre 7 e 20 de
setembro passado. A queixosa alude à situação das suas duas viaturas,
que também sofreram danos, para deixar claro que “contactei logo a
Secretaria e fiz questão de frisar que não íamos nem temos
possibilidades de estar a pagar reboques para cá e para lá com as
viaturas, muito menos estar a pagar 6 orçamentos no total. Não tem
cabimento nenhum após um ano ser esse o desfecho”.Fonte da SRAAC
confirma a existência daquele período de candidaturas, válido para a
intempérie dos Mosteiros (e das Feteiras), sendo que presentemente essas
candidaturas estão a ser apreciadas por uma comissão de análise para se
“saber o que poderá ser apoiado”.A mesma fonte faz notar que as
pessoas tiveram “oportunidade” de se candidatar às ajudas do referido
regime, que “até foi rápido” na operacionalização atendendo à sua
“natureza”, estimando ser “uma questão de meses” até os referidos apoios
chegarem às famílias.