Desenvolvimento sustentável na indústria, inovação e infraestruturas "não está a ser eficaz"
7 de jan. de 2025, 12:12
— Lusa/AO Online
Segundo
um relatório de auditoria do Tribunal de Contas (TdC) destinado a
avaliar a eficácia da implementação em Portugal do ODS, no âmbito da
Agenda 2030 das Nações Unidas, esta “não está a ser eficaz e está longe
de assegurar o desenvolvimento sustentável de Indústria, Inovação e
Infraestruturas nacionais”.A auditoria
conclui que o ODS 9 “é o que regista o pior nível de execução das metas e
indicadores da ONU”, tendo a sua implementação sido “marcada pela falta
de clareza e de rigor sobre as responsabilidades das áreas governativas
envolvidas e pela inexistência de uma coordenação efetiva”. Além
da “demora no levantamento do designado ‘estado da arte’”, a auditoria
do TdC diz que “persistem dificuldades, por parte das áreas
governativas, em identificar os instrumentos de planeamento e as medidas
com contributo relevante para este ODS”.O
relatório revela ainda que “estão por definir, desde 2016”, as metas do
ODS 9 que devem ser incorporadas nos processos, políticas e estratégias
nacionais de planeamento e refere não existir “um quadro regulamentar
nacional sobre o investimento para implementação dos ODS e que não são
conhecidas as fontes de financiamento nem o valor financeiro envolvido
na implementação em cada uma das metas do ODS 9”.“Os indicadores são auxiliares e insuficientes para um acompanhamento efetivo da implementação do ODS 9”, lê-se no documento.Para
o TdC, daqui se conclui que “Portugal ainda não realizou a necessária
apropriação do ODS 9 devido à falta de visão estratégica que o
fundamente como prioridade nacional, à incapacidade em apresentar plano
estratégico para o efeito, à falta de liderança efetiva e à insuficiente
estrutura operacional, sem sistema de monitorização capaz de
identificar e corrigir oportunamente as deficiências responsáveis pelos
dececionantes resultados obtidos até 2024, face ao pretendido”.Neste
contexto, o TdC recomenda ao Governo que aprove um plano estratégico
que “assegure a apropriação nacional” do ODS 9, com medidas adequadas e
eficazes para atingir os seus objetivos (expressos em metas) e assegurar
o financiamento necessário para a sua execução.A
Agenda 2030 foi adotada em setembro de 2015 e entrou em vigor a 01 de
janeiro de 2016, tendo-se os 193 Estados membros signatários, entre os
quais Portugal, comprometido a adotar, no prazo de 15 anos, medidas e
ações específicas para atingir os ODS. O
ODS 9 integra a dimensão económica do plano de ação dos ODS e abrange
três grandes áreas da economia nacional - Indústria, Inovação e
Infraestruturas - sendo que, segundo o TdC, para o alcançar Portugal
precisa, quer a nível nacional, quer no âmbito da cooperação
internacional, de “construir infraestruturas resilientes, promover a
industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação”.