Desenvolvida aplicação para poupar bateria de dispositivos móveis
9 de out. de 2017, 11:35
— Lusa/AO online
"Quando
instalada, a aplicação recolhe periodicamente informação relacionada com
a utilização de bateria, como, por exemplo, percentagem de carga,
aplicações em execução ou utilização de sensores, e envia-a para uma
infraestrutura na 'cloud' (nuvem)", também criada pelos mesmos
especialistas, refere a UC numa nota enviada hoje à agência Lusa. Na
prática, explicita João Paulo Fernandes, coordenador do estudo, "como
nos desenhos animados, se se colocar em sequência várias imagens
estáticas, observa-se a perspetiva dinâmica que elas asseguram". "A
perspetiva dinâmica que procuramos, reflete, para cada utilizador e
cada dispositivo, o modo como a sua bateria é consumida", acrescenta,
citado pela UC, o investigador e docente no Departamento de Engenharia
Informática da Faculdade de Ciências e Tecnologia de Coimbra. Denominada
BatteryHub, a aplicação foi criada por uma equipa de investigadores das
universidades de Coimbra (UC) e da Beira Interior (UBI), e da
brasileira Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que participa na
iniciativa GreenHub, inserida no projeto de investigação Green Software
Lab, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT). O
objetivo principal da investigação é "construir um repositório de dados
o mais alargado possível e representativo do consumo de energia em
baterias de diferentes dispositivos móveis, sistemas operativos,
aplicações e utilizadores", salienta João Paulo Fernandes. "Pretende-se
que, no futuro, seja possível utilizar os dados recolhidos para traçar o
perfil de consumo dos dispositivos e assim identificar oportunidades de
poupança de energia", sintetiza o investigador, destacando que "esta é a
inovação do projeto". Os dados recolhidos serão, entretanto,
objeto de estudo da própria equipa de investigadores, ao mesmo tempo que
estarão à disposição das comunidades científica e industrial, através
de tecnologia também já desenvolvida. A privacidade dos
utilizadores "está totalmente garantida, porque não é recolhida nenhuma
informação que permita a sua identificação", assegura João Paulo
Fernandes. "Para o tipo de análise que faremos, não temos
necessidade de identificar os utilizadores, mas apenas de os distinguir,
o que é conseguido associando um código alfanumérico aleatório a cada
um dos utilizadores", acrescenta, sublinhando que não serão recolhidos
"números telefónicos, números de série, IMEI [identificação
internacional de equipamento móvel] ou quaisquer outros". "Este é
um desafio que se coloca à comunidade, à qual se pretende retribuir
informação com valor real. Por agora, a participação dos utilizadores é
fundamental", conclui. Por enquanto, a aplicação BatteryHub está
apenas disponível para Android, indica a UC, adiantando que o projeto de
investigação (http://greenhub.hmatalonga.com/) foi iniciado há dois
anos.