"Desconfinamento muito contido" não permite ainda "conclusões firmes"
Covid-19
14 de mai. de 2020, 15:13
— Lusa/AO Online
"O
desconfinamento em Portugal, começado a partir do dia 3 de maio, foi
um desconfinamento muito contido. Os portugueses foram sensíveis àquilo
que lhes foi pedido de fazerem a abertura por pequenos passos, portanto,
a grande maioria continuou a ser muito contida. O que quer dizer que
não temos muitos dados que permitam retirar conclusões firmes", declarou
Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, no Infarmed, em Lisboa.O
chefe de Estado, que falava no final de mais uma reunião técnica
alargada sobre a evolução da covid-19 em Portugal, considerou que para
esta "contenção" também contribuiu "uma comunicação muito boa entre as
autoridades sanitárias e os portugueses" e que "os passos dados estão a
ser dados a um ritmo e com uma intensidade que correspondem a esse
diálogo"."Isso é positivo", observou.Marcelo
Rebelo de Sousa salientou que "não passaram ainda 15 dias, o que
significa seis dias de incubação e oito dias de comunicação, de reporte
às autoridades sanitárias", desde que se iniciou essa reabertura por
etapas, após 45 dias de estado de emergência."Como
o confinamento, a contenção continuou muito elevada, nós encontramos um
processo sem grandes alterações", acrescentou, referindo que o
indicador de transmissão da doença "anda à volta de 1% na média dos
últimos cinco dias, ligeiramente aquém a nível nacional, 0,98", e "mais
elevado na região de Lisboa e Vale do Tejo do que na região Centro, e aí
mais elevado do que na região Norte, onde é o mais baixo, 0,91".Não
havendo "conclusões firmes" por enquanto, o Presidente da República
apontou os dias 18 de maio e 01 de junho, para os quais estão previstas
as próximas etapas desta reabertura gradual, como "dois momentos
significativos" que Portugal tem pela frente.O
chefe de Estado mencionou que está previsto que no dia 18 de maio haja
"uma série de aberturas, quer em termos escolares, quer em termos de
restauração, quer em termos de estabelecimentos comerciais", e para 01
de junho "o regresso ao trabalho de muitos e muitas que se encontram em
teletrabalho, com mais aberturas em matérias de sistema escolar e também
de comércio".Esta foi a sexta reunião
alargada no Infarmed sobre a evolução da covid-19 em Portugal e a
primeira após o fim do estado de emergência, decretado pelo Presidente
da República, que vigorou em Portugal entre 19 de março e 02 de maio, do
qual se transitou para uma situação de calamidade declarada pelo
Governo.Como aconteceu nas reuniões
anteriores, foi Marcelo Rebelo de Sousa quem resumiu aos jornalistas o
que se discutiu, descrevendo esta sessão como "mais completa, se
possível", e adiantando que "permitiu ver a evolução em vários países
que já desconfinaram, mas também se debruçou sobre outros temas muito
variados, desde internamentos, cuidados intensivos, até testes"."O
desconfinamento nesses países não teve consequências sensíveis em
termos de surto", apontou, ressalvando, contudo, que "são conclusões
provisórias".O chefe de Estado
congratulou-se com a realização destas reuniões com especialistas, que
se iniciaram em março por iniciativa do primeiro-ministro, António
Costa, com um objetivo de partilha de informação, alargadas ao
presidente da Assembleia da República, líderes partidários, sindicais e
patronais, inicialmente com frequência semanal e agora quinzenais."É
muito positivo haver a realização destas sessões para monitorizar
também a par e passo a evolução da pandemia em si mesma e das suas
repercussões sociais", disse.As próximas
reuniões serão "na primeira semana de junho, para fazer a avaliação da
abertura a partir do dia 18", e "na terceira semana de junho, a
determinar, para fazer avaliação dos efeitos da abertura a partir do dia
01 de junho", referiu.