Descoberto asteroide com carbono, elemento da vida, para lá da órbita de Neptuno
9 de mai. de 2018, 15:34
— Lusa/AO online
Segundo
o OES, organização astronómica da qual Portugal faz parte, o asteroide
2004 EW95 "formou-se muito provavelmente" na cintura situada entre Marte
e Júpiter e "depois foi lançado a milhares de milhões de quilómetros de
distância", fixando-se na Cintura de Kuiper. A
descoberta sustenta a tese de que a Cintura de Kuiper, uma região fria,
"deverá conter uma pequena fração de corpos rochosos originários do
Sistema Solar interno [zona mais perto do Sol], tais como asteroides
ricos em carbono". A
teoria sobre os primórdios do Sistema Solar refere que, depois de se
terem formado, os gigantes gasosos - Júpiter, Saturno, Urano e Neptuno -
ejetaram pequenos corpos rochosos das regiões internas para órbitas
mais externas, mais afastadas do Sol.A
equipa de astrónomos, liderada por Tom Seccull, da Queen's University
Belfast, no Reino Unido, determinou a composição do asteroide medindo "o
padrão de luz" refletido no corpo rochoso através de espectrógrafos do
Telescópio Muito Grande (Very Large Telescope, VLT) do OES.O
trabalho revelou-se um grande desafio para os cientistas, uma vez que o
2004 EW95 dista da Terra quatro mil milhões de quilómetros.