Desarticulação das autoridades pode travar competições
22 de set. de 2020, 09:17
— Lusa/AO Online
“O
que nos tem deixado desconfortáveis é a falta de articulação entre a
Direção-Geral da Saúde (DGS) e as Administrações Regionais de Saúde
(ARS) locais. Temos delegados regionais a decidir em determinadas zonas
de forma completamente diferente de outras. O protocolo estipulava que
quando um jogador testa positivo, todo o restante plantel é testado e
isola-se esse jogador. Se assim não for, as competições profissionais
não vão acabar, tenhamos a noção disso”, apontou Pedro Proença.O
antigo árbitro sublinhou ainda, em intervenção na TVI24, que o critério
“naquilo que são as decisões das ARS” em relação à decisão de suspender
os jogos dos campeonatos profissionais devido a casos de covid-19 nas
equipas “tem de ser definido pela DGS”.Sobre
o regresso do público aos estádios, Proença confirmou que a Liga
apresentou ao governo uma proposta para voltar preencher as bancadas
“até uma capacidade máxima de 30%” e lamentou que a proposta não tenha
sido aceite, mas mostrou-se esperançado que esse cenário possa ser
alterado a partir da reunião prevista com o Governo no próximo mês.“[A
proposta da Liga] não foi aceite e foi-nos dito que na reunião de dia
02 [de outubro] obteríamos da parte do governo uma solução que fosse
integradora dos espetadores nos estádios, portanto é isso que esperamos
que aconteça dentro de uma normalidade e de uma evolução epidemiológica
que ditará as regras neste aspeto”, admitiu.No
entanto, o Pedro Proença voltou a criticar o que considera “um
princípio discriminatório em relação ao futebol”, quando comparado com
outros espetáculos e eventos, e garantiu que “a Liga não admitirá” essa
diferença de tratamento.“O que a Liga tem
suscitado é a questão da coerência. Se acreditamos que nas festas do
Avante, Fátima e espetáculos tauromáquicos é possível [haver
aglomerações de pessoas] e não há risco, não se consegue entender como é
que o futebol não pode ter de uma forma gradativa os espetadores”,
comparou Pedro Proença.O líder da Liga de
clubes foi mais longe e apontou mesmo um exemplo que aconteceu no último
fim-de-semana, nos Açores, com a presença de público num jogo do
Campeonato de Portugal, enquanto, ao Santa Clara, não foi permitido
abrir as portas na receção ao Marítimo.“Aquilo
que se passou nos Açores é inacreditável! Tivemos um campeonato das
competições não profissionais ao qual foi dado acesso e na mesma ilha o
Santa Clara não pôde ter público nas competições profissionais. Quero
acreditar que tenha sido um lapso”, criticou Pedro Proença.