Deputados vão tentar concluir lei nos primeiros dias de janeiro
Eutanásia
23 de dez. de 2020, 08:42
— Lusa/AO Online
O
grupo criado na comissão de Assuntos Constitucionais, que está a fazer
as votações indiciárias (indicativas) da lei, planeava terminar a
sua missão na terça-feira, mas a reunião terminou por falta de quórum.Apesar de tudo, os deputados vão
tentar concluir o trabalho a tempo de o texto ser votado, na
especialidade, na comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos,
Liberdades e Garantias na primeira reunião do ano,a 06 de janeiro,
disseram à Lusa parlamentares de várias bancadas. Com
esse calendário, seria possível a votação final global na sessão
plenária de 08 de janeiro, pelo que o diploma poderia chegar às mãos de
Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República e recandidato, durante a
campanha para as eleições de 24.A
confirmar-se estas datas, Marcelo Rebelo de Sousa, católico, Presidente e
de novo candidato a Belém, poderia ser obrigado a tomar alguma decisão
sobre a matéria durante a campanha das eleições presidenciais, como
decidir se envia o diploma para o Tribunal Constitucional (TC). Se
o processo legislativo for concluído nos primeiros 15 dias de janeiro
(incluindo a redação final) e a lei enviada para o Palácio de Belém, os
prazos para o veto, por exemplo, não se esgotam até dia 24 de janeiro,
dia das eleições — o Presidente tem até 20 dias para o fazer. Mas
o mesmo pode já não acontecer com prazo mais apertado (oito dias) para
enviar ao TC a lei da eutanásia que vier a ser aprovada no parlamento.
À Lusa, a deputada do PSD Mónica
Quintela, coordenadora do grupo de trabalho sobre a despenalização da
morte medicamente assistida, admitiu, há três semanas, que a discussão
na especialidade esteja “concluída no decurso de dezembro”, o que não
veio a verificar-se.Hoje, com o PAN
ausente, e depois da saída de Joacine Katar Moreira, deputada não
inscrita, pouco depois das 20:00, a ausência de João Cotrim Figueiredo,
da Iniciativa Liberal, 30 minutos depois, ditou o final da reunião por
falta de quórum. Com a interrupção de
hoje, ficam a faltar seis artigos, do 23.º aos 28.º, e retomar o debate e
votação de mais três artigos anteriores, incluindo o artigo 3.º que
define as condições em que é despenalizada a morte mediamente assistida.
Para este artigo, há várias propostas de
alteração – do BE, PEV, Iniciativa Liberal e o texto de substituição da
depurada Isabel Moreira (PS) feita com base nos cinco projetos de lei
aprovados em fevereiro. Os diplomas
preveem, nomeadamente, que só possam pedir a morte medicamente
assistida, através de um médico, pessoas maiores de 18 anos, sem
problemas ou doenças mentais, em situação de sofrimento e com doença
incurável.À direita, o CDS e o Chega são
contra a lei e, à esquerda, o PCP também. No PSD há divisões e no PS,
maioritariamente a favor, também.