Deputados rejeitam recurso apresentado pela IL sobre marcação de debate
AR/Censura
4 de jan. de 2023, 17:15
— Lusa/AO Online
Este recurso foi
apresentado pela IL em plenário momentos antes do início do debate de
urgência pedido pelo PSD sobre a “situação política e a crise no
Governo”.A favor do recurso estiveram IL e BE, contra PS, Chega e PCP e abstiveram-se PSD, PAN e Livre.O
líder parlamentar da Iniciativa Liberal, Rodrigo Saraiva, pediu a
palavra para recorrer em plenário da “decisão do senhor presidente da
Assembleia da República relativamente à fixação da ordem do dia”.“Porque
a decisão que tomou por si, embora oiça a conferência de líderes, é uma
competência do presidente da Assembleia da República, e a sua decisão
faz um incumprimento do Regimento que a todos nos regula no
funcionamento desta casa em dois artigos”, sustentou. De
acordo com a IL, o primeiro artigo do Regimento violado foi o 222.º,
que estabelece o debate da moção de censura “inicia-se no terceiro dia
parlamentar subsequente à apresentação da moção”. Na
argumentação dos liberais, uma vez que o texto foi submetido ainda na
quinta-feira (29 de dezembro), e sendo que os trabalhadores da
Assembleia da República gozaram tolerância de ponto no dia 02 de
janeiro, o debate deveria ser esta quarta-feira (04 de janeiro).A
IL acusa Santos Silva de desrespeitar ainda o artigo 60.º do Regimento
relativo a “prioridades das matérias a atender na fixação da ordem do
dia”, que numa das suas alíneas estabelece que “constituem matérias de
prioridade absoluta” a “votação de moções de confiança ou de censura ao
Governo”.“Portanto, o recurso que trazemos
hoje para este plenário e que apelamos aos 230 deputados que votem a
favor deste recurso, é para que haja o cumprimento do Regimento da AR”,
apelou Rodrigo Saraiva, antes da votação que ditou o ‘chumbo’. A
conferência de líderes agendou para quinta-feira o debate e votação da
moção de censura ao Governo apresentada pela Iniciativa Liberal e para
esta quarta-feira o debate de urgência pedido pelo PSD sobre a “Situação
política e a crise no Governo”.Estas
iniciativas partidárias foram anunciadas na quinta-feira passada, horas
depois de ter sido conhecida a demissão do ministro das Infraestruturas e
da Habitação, Pedro Nuno Santos, a terceira ocorrida no Governo na
última semana de dezembro e a décima saída de um membro do executivo
socialista de maioria absoluta.