Deputados do PSD e CDS-PP na Praia da Vitória exigem pedido de desculpas ao PS
18 de nov. de 2022, 13:01
— Lusa/AO Online
“O PS está a
tentar tapar o sol com a peneira, utiliza argumentos de quem não tem
mais argumentos (…) Parece-nos que o que têm de fazer agora é apontar
soluções e pedir desculpa aos praienses por tudo o que lhes fizeram e
por tudo o que vai acontecer, por um futuro que está envolto numa
nebulosa”, afirmou a líder da bancada municipal do PSD na Praia da
Vitória, Judite Parreira, numa conferência de imprensa conjunta com o
CDS-PP.O executivo camarário da coligação
PSD/CDS-PP, que tomou posse em outubro de 2021, encomendou uma auditoria
às contas do grupo municipal da Praia da Vitória, referente ao período
entre 2016 e 2021, em que o PS liderava a autarquia.Na
terça-feira, a presidente do município, Vânia Ferreira, apresentou as
conclusões da auditoria, em conferência de imprensa, revelando que foram
detetadas suspeitas de ilegalidades e que a “situação grave” das contas
vai obrigar a um processo de recuperação financeira.Para
os deputados municipais do PSD e do CDS-PP, a auditoria confirmou a
“situação catastrófica” em que se encontravam as contas do grupo
municipal, com um endividamento que ultrapassa em 200% o limite
permitido por lei.“Os resultados da
auditoria são categóricos: má gestão, despesismo e casos de polícia são
as marcas dos últimos 10 anos de governação do PS na câmara da Praia da
Vitória”, frisou Judite Parreira.A
dirigente social-democrata salientou que o PS “chegou ao ponto de gastar
4.000 euros em canetas de luxo para oferecer não se sabe bem a quem” e
pagou “quase um milhão de euros em faturas que não estão registadas nas
Finanças”.A deputada municipal lembrou que
o PSD já alertava, desde 2006, para uma “engenharia financeira muito
complicada” no município, referindo o uso de empresas municipais,
associações, sociedades e cooperativas que “serviam apenas para obter
empréstimos à margem da lei”.“Fomos
acusados de profetas da desgraça, de não saber fazer contas, de inaptos
pelos executivos socialistas e agora a verdade vem ao de cima, porque
este relatório da auditoria vem pôr a nu tudo aquilo que já vinha sido
dito há muito tempo”, salientou.Judite
Parreira acusou o Governo Regional, na altura do PS, de fazer “vista
grossa” à situação, alegando que a Inspeção Regional da Administração
Pública “nunca fez qualquer ação inspetiva” ao município.O
relatório da auditoria vai ser enviado ao Tribunal de Contas, ao
Ministério Público, à Polícia Judiciária, à Direção-Geral das Autarquias
Locais e ao Governo Regional.“Espero que
sejam apuradas responsabilidades e que os responsáveis sofram as devidas
consequências”, sublinhou a deputada municipal do PSD.Em
reação à auditoria, o ex-autarca socialista Roberto Monteiro disse que,
em 2005, o partido herdou um passivo de 15 milhões de euros na
autarquia, mas Judite Parreira alegou que eram apenas sete milhões de
passivo e dois de dívidas a fornecedores.“A
dívida não é sequer comparável e a situação hoje é completamente
diferente”, vincou, lembrando que o PS também encomendou uma auditoria
às contas em 2005.PSD e CDS vão requerer a
realização de uma sessão extraordinária da Assembleia Municipal da
Praia da Vitória “para analisar a situação e encontrar as melhores
soluções”.A dirigente social-democrata
apelou à participação de todos os deputados municipais na procura de
soluções, mas admitiu que possam ser ter de ser adotadas “medidas mais
drásticas e mais penalizadoras”“Vão ter de ser tomadas medidas que nenhum executivo camarário gostaria de tomar”, frisou.