Deputados do PS/Açores na AR não querem papel "partidário" da região com Governo da República
29 de mar. de 2021, 17:10
— Lusa/AO Online
“O facto é
que no último plenário da Assembleia Legislativa [Regional dos Açores],
sobretudo os partidos que suportam o governo, o PSD, nomeadamente o seu
líder, parece querer dar razão ao eurodeputado Carlos Zorrinho e que a
região pode-se transformar numa ferramenta de oposição àquilo que é a
ação do Governo da República”, declarou o deputado socialista João
Castro.Os parlamentares socialistas
afirmam que “não podem aceitar que esta região assuma esse papel
evidentemente partidário de oposição ao Governo da República porque é
incorreto, injusto”.Num documento -
apresentado hoje pelos deputados socialistas eleitos pelo círculo
eleitoral dos Açores para o parlamento nacional, em conferência de
imprensa, em Ponta Delgada, para fazerem um balanço do relacionamento
entre os governos regional e nacional - apontam-se várias medidas
asseguradas para os Açores no âmbito do relacionamento com o governo
central socialista e o anterior executivo açoriano, da mesma cor
politica.O presidente do Governo dos
Açores declarou, na passada semana, no parlamento açoriano, na sequência
de um debate sobre as declarações do eurodeputado socialista Carlos
Zorrinho, que o seu executivo não vai ser a “extensão” para as desculpas
do Governo da República nos seus “incumprimentos” com a região,
salvaguardando querer ser um “parceiro de desenvolvimento”.“Nós
contribuímos para o desenvolvimento e prestígio internacional de
Portugal e também queremos que o Governo da República assuma [...] o
papel de colaborador no desenvolvimento dos Açores, desde logo cumprindo
os seus compromissos”, disse José Manuel Bolieiro, no parlamento dos
Açores.O presidente do executivo açoriano
(de coligação PSD/CDS_PP/PPM) referiu ainda já ter tido oportunidade de
dizer ao primeiro-ministro, António Costa, que conta com o Governo
Regional para colaborar “no desenvolvimento do pais inteiro", para ser
um parceiro.“Mas, que também fique ciente
que não somos a extensão do Governo para as desculpas das culpas que já
tenha ou venha a ter nos incumprimentos assumidos”, acrescentou.Entretanto,
hoje, João Castro considerou que o Governo da República “deu uma volta
de 180 graus naquilo que era a visão da República para com as regiões
autónomas e com os Açores”, exemplificando com o caso dos apoios
disponibilizados para fazer face ao prejuízos causados pelo furação
Lorenzo “fala por si”.