Deputados aprovam proposta para isenção do IVA do cabaz entrar em vigor a 18 de abril
Crise/Inflação
5 de abr. de 2023, 11:14
— Lusa/AO Online
A Comissão de Orçamento e
Finanças votou na especialidade a proposta do Governo que isenta de
IVA um cabaz de bens alimentares, bem como as propostas apresentadas
pelos vários partidos, sendo que, além da do PS, relativa à vigência da
medida, apenas foram aprovadas propostas do BE e PAN que adicionam à
lista as bebidas vegetais e uma do PSD que sobre os produtos dietéticos
destinados à nutrição entérica (alimentação por sonda).Durante a votação, o PSD viu ainda ser aprovada uma proposta que adiciona os leites fermentados à categoria dos laticínios.PSD,
Chega, PCP, BE, PAN e Livre apresentaram propostas de alteração à
medida do Governo que visa estabilizar os preços num cabaz de 44 bens
alimentares, isentando-os de IVA durante cerca de seis esses, mas a
maioria destas propostas acabaria por ser hoje chumbada com o voto
contra do PS.Entre as alterações aprovadas
está uma do BE que adiciona à lista elaborada pelo Governo as "bebidas e
iogurtes de base vegetal, sem leite e laticínios, produzidos à base de
frutos secos, cereais, ou preparados à base de cereais, frutas, legumes
ou produtos hortícolas".Também a proposta
do PAN sobre a mesma categoria de produtos ("bebidas e iogurtes de base
vegetal, sem leite e laticínios, produzidos à base de frutos secos,
cereais, preparados à base de cereais, frutas, legumes ou produtos
hortícolas) foi viabilizada.O PS votou também favoravelmente uma proposta do PSD relativa aos "produtos dietéticos destinados à nutrição entérica".A
proposta de lei do Governo previa, na categoria dos laticínios, que
integrassem esta lista o "leite de vaca em natureza, esterilizado,
pasteurizado, ultrapasteurizado, em blocos, em pó ou granulado". Porém,
e após uma proposta do PSD, a maioria dos deputados chegou a acordo
para que da lista que vai entrar em vigor conste afinal o "leite de vaca
em natureza, esterilizado, pasteurizado, ultrapasteurizado e
fermentado".Já as propostas do PAN para
que alimentos como tofu ou as lentilhas e alimentação animal fossem
incluídos no cabaz não foi viabilizada, assim como as propostas do PCP
sobre medidas de controlo para verificação dos preços ou a redução do
IVA da eletricidade para 6% e das telecomunicações para 13%.Rejeitadas
foram também as propostas do Livre para que a Comissão de
Acompanhamento (que consta do acordo assinado entre o Governo e os
setores da produção e distribuição alimentar) constasse desta lei.A
proposta do Chega que alargava o leque de produtos isentos e a vigência
da medida de seis para 12 meses também foi chumbada, tal como a do BE
que visava a fixação de preços do cabaz alimentar essencial saudável ou o
IVA da eletricidade e do gás.Durante o
debate das propostas, o PSD explicou que, apesar de ver várias
incongruências na proposta do Governo, optou por não propor o seu
largamento porque haveria sempre de "ficar algo de fora", defendendo
apenas a inclusão dos produtos para pessoas intolerantes à lactose."Esta proposta tem muitas incongruências, incluindo diferenciar entre o melão e a melancia", referiu o deputado Duarte Pacheco.Pelo
PCP, Duarte Alves apontou que a lei não garante que esta redução do IVA
seja "efetivamente repercutida" nos preços e nada garante que nestes
seis meses a isenção não será incorporada.Já
Rui Afonso, do Chega, sublinhou que o seu partido propôs alargar o
leque de produtos isentos por entender que a medida não deve servir
apenas para as pessoas sobreviverem.Inês
Sousa Real, do PAN, apontou, por seu lado, o facto de terem ficado de
fora produtos que o partido considera essenciais para quem seja
intolerante à lactose ou siga uma dieta vegetariana, enquanto Rui
Tavares, do Livre, estranhou que o Governo tenha previsto a criação de
uma Comissão de Acompanhamento "para que a redução do IVA não seja
apenas uma fezada", mas que "surpreendentemente" a lei não a preveja.