Deputado municipal do Chega em Lisboa renuncia a mandato após acusação de prostituição de menores
6 de fev. de 2025, 11:41
— Lusa/AO Online
“Vou
pedir renúncia de mandato, como é óbvio”, afirmou Nuno Pardal, que é
também vice-presidente da Distrital de Lisboa do Chega.Em
declarações à agência Lusa, o deputado municipal do Chega confirmou a
notícia de que foi acusado pelo Ministério Público (MP) de dois crimes
de prostituição de menores agravados, tal como avançado pelo jornal
Expresso.A decisão de renúncia de mandato
autárquico em Lisboa é, segundo Nuno Pardal, “primeiro de tudo, para
preservar a imagem do partido [Chega]”“E, segundo, para eu tranquilamente poder tratar da minha defesa e demonstrar que estou inocente”, acrescentou.“A
única coisa que lhe posso dizer é que os factos que estão descritos,
alguns, ou seja, os mais graves, não correspondem à verdade”, indicou à
Lusa o deputado do Chega, recusando adiantar mais detalhes, uma vez que
só teve acesso ao processo, incluindo a acusação do MP, na quarta-feira.O eleito do Chega, porém, assegura: “Neste momento, a acusação, aquilo do qual eu sou acusado não corresponde à verdade”.Nuno
Pardal já contactou com o líder do grupo municipal do Chega, Bruno
Mascarenhas, e com a direção nacional do partido, presidida por André
Ventura: “Transmiti os factos, como é lógico, e disse o que é que iria
fazer”.A Lusa questionou o grupo municipal do Chega, que remeteu uma posição para a direção nacional do partido.“Neste
momento, o que menos importa é saber se eu continuarei ou não
continuarei a ser militante”, apontou Nuno Pardal, referindo que a sua
primeira preocupação é preservar o seu núcleo familiar e “tentar
demonstrar” a sua inocência.“Não quero
implicar o partido em nada disto, porque isto não é um problema
político, é um problema pessoal e, portanto, eu enquanto cidadão tenho
logicamente direito à minha defesa e à minha presunção de inocência,
principalmente”, declarou.De acordo com o
jornal Expresso, os dois crimes de prostituição de menores agravados a
que Nuno Pardal está acusado pelo MP foram cometidos contra um rapaz de
15 anos, que conheceu no Grindr, uma aplicação usada para convívio entre
homossexuais.“O arguido sabia que o
assistente tinha 15 anos e era sexualmente inexperiente”, acusa o
procurador Manuel dos Santos, do Departamento de Investigação e Ação
Penal (DIAP) de Cascais, citado pelo jornal Expresso, referindo que Nuno
Pardal praticou sexo oral com o menor e, no fim, enviou um código
através do MbWay para que o adolescente pudesse levantar 20 euros.O
caso terá sido denunciado à Polícia Judiciária pelos pais do menor
depois de terem tido acesso às mensagens do WhatsApp no telemóvel do
filho.