Deputado independente pondera continuidade de apoio ao Governo dos Açores
13 de set. de 2022, 10:50
— Lusa/AO Online
Num
comunicado, o deputado independente afirma que o acordo de incidência
parlamentar assinado com os partidos do executivo (PSD, CDS-PP e
PPM) está “ferido de morte”, devido às críticas que recebeu do líder
monárquico Paulo Estêvão durante a discussão do orçamento do parlamento
açoriano.Sem o apoio do deputado independente, o Governo dos Açores não tem a maioria na Assembleia Legislativa Regional.“Carlos
Furtado entende que o assunto vai merecer a sua reflexão e só estará
disponível a discutir a continuação do seu apoio à atual solução
governativa com José Manuel Bolieiro”, lê-se no comunicado.Na
sexta-feira, o orçamento da Assembleia Legislativa foi aprovado durante
o plenário com os votos favoráveis de todas a as bancadas, à exceção de
Carlos Furtado, que votou contra.O
independente reconhece que foi visado por “vários parlamentares”, mas
considera que a “crítica mais estranha” foi “deputado eleito pela ilha
do Corvo”, o líder do PPM, que o acusou de “populista e demagogo”.Carlos
Furtado lembra que, no acordo de incidência parlamentar que suporta o
Governo Regional, liderado por José Manuel Bolieiro, está prevista uma
“redução do número de deputados” no parlamento açoriano.O
parlamentar diz não estar “surpreendido com a posição de Paulo Estevão
que tem assumido, ao longo desta legislatura, uma injustificada sede de
protagonismo e poder, mostrada nas exigências governativas
desproporcionais aos resultados eleitorais do PPM”.O
deputado, que foi eleito em outubro de 2020 pelo Chega, mas que se
tornou independente em julho de 2021, realça que “não tem sido dada a
devida importância aos 2.960 eleitores” que o elegeram.O Governo Regional depende do apoio dos partidos que integram o executivo, da IL, do Chega e do deputado independente.A
Assembleia Legislativa dos Açores é composta por 57 deputados e, na
atual legislatura, 25 são do PS, 21 do PSD, três do CDS-PP, dois do PPM,
dois do BE, um da Iniciativa Liberal, um do PAN, um do Chega e um
deputado independente (eleito pelo Chega). O
parlamento dos Açores prevê gastar em 2023 mais de 14,3 milhões de
euros, o valor mais elevado de sempre neste órgão e que representa mais
1,7 milhões de euros do que o orçamento inicial deste ano.Quando
passou a independente, Carlos Furtado, garantiu “todo o apoio
necessário” ao Governo dos Açores, recusando a elaboração de um novo
acordo de incidência parlamentar apesar de se ter desvinculado do Chega.“Transmiti
ao presidente do Governo Regional que terá, da minha parte, todo o
apoio necessário. Os documentos assinados, os compromissos de honra
efetuados no final de 2021, aquando da instalação da Assembleia
Regional, serão os compromissos que serão mantidos”, disse então
Furtado.