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Deputado do PS/Madeira Sérgio Gonçalves é candidato a liderança regional do partido

O deputado do PS/Madeira Sérgio Gonçalves apresentou hoje formalmente a sua candidatura à liderança dos socialistas nesta região, apontando como metas a “união e consolidação do partido” e a “mudança” política na governação do PSD neste arquipélago.


Autor: Lusa /AO Online

“A minha candidatura tem a ambição de querer ser a mudança na Madeira”, declarou o candidato numa sala repleta de apoiantes, numa iniciativa que contou com a presença de Paulo Cafôfo, o líder do PS insular demissionário.

Paulo Cafôfo demitiu-se depois dos maus resultados eleitorais nas autárquicas de 2021, nas quais o partido perdeu a governação do principal e mais populoso município da Madeira, a Câmara do Funchal, que havia conquistado em 2013 quando liderou uma coligação (BE, PND, PAN, MPT, PTP).

“A união interna é a nossa imagem de marca, o crescimento e consolidação do partido é um objetivo comum e tudo faremos pela Madeira com competência e compromisso”, sublinhou Sérgio Gonçalves.

O também economista realçou que as últimas “legislativas nacionais vieram demonstrar que uma maioria quer uma mudança” e provou que o PS/Madeira “está vivo”, porque conseguiu manter os três deputados que tinha na Assembleia da República, os mesmo que o PSD.

Enfatizou que “já basta e é altura de virar a página e dizer aos madeirenses que há alternativa no PS” à governação do PSD que dura há 46 anos neste arquipélago.

Encabeçando o subordinado ao lema “Pela Madeira: Competência e Compromisso”, argumentou que, “após dois anos em que a pandemia marcou as nossas vidas”, é necessário “inverter o sentido negativo deste ciclo que infelizmente tantos afetou em termos sociais e económicos”.

O candidato perspetivou que a evolução da situação epidemiológica da covid-19 aponta para uma “regresso a uma possível normalidade” e opinou que “o Governo Regional (coligação PSD/CDS) continua a trilhar o mesmo caminho dos últimos seis anos, de modo erradico”.

“Nada mudou na Madeira nestes últimos anos durante a governação de Miguel Albuquerque (PSD), nada de novo, nada de estrutural, nada de estruturante”, sustentou.

Sérgio Gonçalves vincou que o verdadeiro “adversário do PS é o PSD que governa a Madeira há mais de 40 anos”, considerando que tem de ser derrotado “com propostas e compromissos”.

“Como é possível termos um partido a governar a região há 46 anos e a culpa ser sempre de outros?”, questionou.

O parlamentar socialista opinou que o PSD “não se inibe se tiver de mentir, manipular factos e alimentar artificialmente uma agenda de contencioso contra um inimigo externo apenas para tentar disfarçar a sua incapacidade e incompetência”, numa tentativa de “perpetuar-se no poder”.

Para Sérgio Gonçalves, a mudança política é possível já nas próximas eleições legislativas regionais, tendo assumido ser também candidato à presidência do Governo Regional da Madeira.

“Não nos iludamos pelo facto do adversário (PSD) usar uma bengala (CDS) e num futuro próprio vir a recorrer a uma espécie de andarilho partidário (aludindo a um possível de outra força partidária)”, realçou.

O economista enfatizou que pretende “desenvolver uma agenda política de diálogo e cooperação”, além de “propositiva e positiva”, e defender “propostas credíveis e exequíveis”.

Enunciou vários aspetos da moção de estratégia que vai apresentar no congresso regional do PS/Madeira agendado para 22 de março, realçando o aprofundamento da autonomia.

No seu entender é preciso “fazer bom uso da autonomia ao contrário dos que a usam como caixa de ressonância para o manter o contencioso” com a República.

As eleições internas no PS/Madeira acontecem em 19 de fevereiro.

Neste momento, Sérgio Gonçalves é o único candidato que se apresentou à liderança do partido. O atual líder demissionário Paulo Cafôfo já declarou que não vai recandidatar-se.