Deputado do Chega admite eleições antecipadas no mesmo dia das legislativas nacionais
23 de nov. de 2023, 20:57
— Lusa
“Se
nós tivermos que ir a eleições não vamos adiar muito mais, até por uma
questão de poupança”, disse José Pacheco, em declarações aos
jornalistas, na Assembleia Legislativa Regional, na Horta. Já
na quarta-feira, o presidente do partido, André Ventura, tinha
defendido que se houver eleições regionais antecipadas, devem acontecer
no mesmo dia das legislativas nacionais.“Vamos
poupar algum dinheiro, vamos acelerar, e até em nome dos açorianos. Se
começarmos a adiar este processo, corremos o risco de estarmos a
desperdiçar dinheiro e a adiar soluções para os Açores. Se tiver que
ser, que seja depressa. E eu penso que a data de 10 de março, dentro
deste cenário, pode ser uma data muito simpática para isto”, afirmou
José Pacheco.O parlamentar salientou que,
nos Açores, “enquanto outros estão preocupados com a sua cadeira e com o
seu ordenado”, o Chega está preocupado com as pessoas.José
Pacheco absteve-se na votação do Orçamento regional para o próximo ano e
disse, na declaração de voto, que futuramente só negociará com o líder
do Governo Regional e do PSD/Açores, José Manuel Bolieiro.“Fiz
os alertas um ano inteiro, não nos deram ouvidos, não quiseram saber e
chegamos ao cúmulo de sermos insultados publicamente da forma mais negra
por um partido [PPM] que é parte do Governo [Regional]. Isto é
inaceitável. Senhor presidente do Governo vou manter a minha palavra,
mas consigo e mais ninguém”, declarou.O
Plano e o Orçamento dos Açores para 2024 foram hoje chumbados na
Assembleia Regional, com os votos contra de PS, BE e IL e abstenções do
Chega e do PAN. Votaram a favor os partidos da coligação governamental:
PSD, CDS-PP e PPM. José Manuel Bolieiro,
presidente do Governo Regional dos Açores, anunciou que o executivo
tenciona apresentar uma nova proposta, mas avisou que se também for
chumbada, então devem realizar-se eleições e “o povo decidirá”.O
Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, vai receber os
partidos representados no parlamento açoriano na próxima quinta-feira. Com
a perda da maioria absoluta do PS, em 2020, formou-se um Governo de
direita nos Açores, com o PSD, CDS, PPM, com acordos com Chega e
Iniciativa Liberal (IL), que lhe dava uma maioria no parlamento
regional. Em março, o executivo perdeu a
maioria no parlamento, depois de o deputado único da IL, Nuno Barata,
romper o acordo, seguindo-se o deputado o independente Carlos Furtado
(ex-Chega).