Deputado do Chega/Açores queixa-se do líder regional à comissão de ética do partido
13 de mai. de 2021, 16:28
— Lusa/AO Online
José Pacheco revelou à
agência Lusa que fez uma queixa à Comissão da Ética do partido sobre a
postura do líder regional, Carlos Furtado, e admitiu recorrer também a
“meios legais”.Num comunicado enviado à
imprensa, José Pacheco disse estar a ser alvo de “terrorismo
psicológico” e de “ataques públicos, constantes e gratuitos”, que têm de
ser “travados custe o que custar, doa a quem doer”.“Usarei
dos meios e ferramentas legais necessários para impedir que o meu bom
nome seja colocado na lama, como se de um bandido se tratasse. Irei usar
estes meios à minha disposição para limpar esta nódoa que tentam impor
de forma direta ou indireta”, lê-se no comunicado.José
Pacheco disse ser alvo de uma “perseguição doentia”, salientando que
esteve ausente da convenção regional do partido, no fim de semana
passado, por solidariedade com um militante que foi barrado à entrada.O
deputado refere-se ao membro da antiga direção do Chega/Açores Fernando
Mota, que foi impedido de entrar na convenção por ter um processo de
suspensão de militante por 90 dias.“Como é
de conhecimento público, supostamente, já não faço parte da direção
regional do Chega, certo é que nunca me demiti, apenas tenho sido
boicotado”, assinalou José Pacheco."Não
posso continuar a ser constantemente agredido e até mesmo condicionado
no meu trabalho político em prol das pessoas. Prova disto é a tentativa
patética de me impedirem de usar o nome do Chega, o partido pelo qual
fui eleito”, acrescentou.Ouvido pela
agência Lusa, Carlos Furtado, também deputado na Assembleia Legislativa
dos Açores, afirmou que José Pacheco está num “estado de loucura”.O
líder regional do Chega/Açores disse que a última vez que se referiu ao
antigo secretário-geral do partido nos Açores foi numa entrevista na
quarta-feira, onde afirmou que ele “está num processo de
autodestruição”.“Eu não estou perseguindo o
senhor José Pacheco, nem o estou a empurrar para fora de coisa nenhuma.
Agora, o senhor José Pacheco com essas afirmações está a dizer coisas
muito graves que se calhar vai ter de as provar”, declarou.Carlos
Furtado disse que irá “proceder em conformidade” face às “acusações
graves e infundadas” de José Pacheco, sem concretizar.A
II Convecção Regional do Chega/Açores decorreu no último fim de semana,
em Ponta Delgada, depois de Carlos Furtado ter sido reeleito presidente
da estrutura do partido no início do mês.A 15 de março, José Pacheco confirmava que seria candidato à liderança
regional, assumindo "divergências" com o atual líder quanto ao "rumo" do
partido na região.Menos de um mês depois, a 06 de abril, Pacheco anunciou que ia abandonar a corrida à liderança
da estrutura regional para acabar “com as divergências”.O
Governo Regional dos Açores, liderado pelo social-democrata José Manuel
Bolieiro, é suportando no parlamento açoriano pelos partidos do
governo, pela Iniciativa Liberal e pelo Chega, que elegeu dois deputados
nas legislativas de regionais de 2020.