Deputada única do PAN vai abster-se na votação na generalidade
OE2023
27 de out. de 2022, 10:57
— Lusa/AO Online
“É
fundamental garantir que o processo da especialidade dá oportunidade às
demais forças políticas, como é o caso do PAN, de poderem fazer avançar
as suas preocupações”, afirmou Inês Sousa Real, em declarações aos
jornalistas na Assembleia da República.A
porta-voz do Pessoas-Animais-Natureza anunciou que a Comissão Política
Nacional do partido “decidiu por unanimidade” a abstenção na
generalidade, “face aquele que é o balanço da execução de 2022, mas
também à abertura que foi sinalizada por parte do Governo para negociar
na especialidade”.O PAN espera que no
próximo mês, até à votação final global, seja possível “um diálogo em
torno de medidas que são fundamentais a este tempo”, defendendo que "o
PAN, tendo sido eleito para a Assembleia da República, tem a
responsabilidade de fazer avançar as suas causas, de fazer avançar o seu
programa político e as preocupações dos seus eleitores, mas também as
preocupações que a este tempo assolam o país e também os mais jovens,
até por força da crise climática".“Este
não é o orçamento PAN, não é um orçamento que traríamos à Assembleia da
República, mas ainda assim não deixa de ser um orçamento que faz avanços
que vão ao encontro não só das nossas reivindicações como das
preocupações que temos vindo a assinalar ao longo do tempo”, defendeu a
líder do PAN.Inês Sousa Real destacou o
"aumento do IAS [Indexante dos Apoios Sociais], o aumento do aumento do
valor dedicado ao combate à pobreza energética, com mais 258 milhões de
euros, a atualização do subsídio de refeição na função pública, ou o
cumprimento de uma medida da Lei de Bases do Clima que é saber qual o
valor dedicado no orçamento para a transição energética".Quanto
às medidas que gostaria de ver na proposta de Orçamento do Estado para
2023, a deputada única do PAN elencou "o IVA zero para o cabaz
essencial, a redução do IVA para 6% para os serviços médico-veterinários
e para a alimentação dos animais, a par de uma linha extraordinária de
apoio para a proteção animal e a reposição da figura dos hospitais
públicos veterinários"."Queremos garantir
neste inverno que as pessoas não passam frio em casa e que existe por
isso o alargamento da tarifa social de energia para o gás e para a
eletricidade a mais 400 mil famílias, ou seja, a todas as pessoas que
vivam abaixo do limiar da pobreza. Queremos garantir também que, no
acesso à habitação, em particular para os mais jovens, conseguimos
alargar o teto do porta 65, conseguimos garantir que as deduções das
taxas de juros e o que vai ser pago a mais por conta da inflação tem
retorno no IRS, ou a reposição do crédito bonificado", acrescentou.Apontando
que a crise climática "não ficou para trás", a porta-voz do PAN advogou
que "é preciso apostar na mobilidade suave, na transição energética" e
defendeu "medidas para a floresta e para o combate à seca"."Aquilo
que o PAN não faz, nem fará, é deitar a toalha ao chão, é desistirmos
da oportunidade que a especialidade nos dá", indicou.E
deixou um alerta: "Se chegarmos ao final de todo este diálogo e não
existirem medidas concretas que sejam aprovadas e que façam a diferença
na vida das pessoas, no combate à crise climática e na proteção animal,
que não teremos qualquer pejo em votar contra este orçamento, caso não
exista um diálogo sério e avanços eficazes no Orçamento do Estado na
especialidade.A proposta de Orçamento do
Estado para o próximo ano é votada esta tarde pelos deputados e tem
aprovação garantida, uma vez que o PS tem maioria absoluta no
parlamento.