Deputada do PS eleita pelos Açores contesta manutenção de voos para a região
Covid-19
20 de mar. de 2020, 10:56
— Lusa/AO Online
"Esperava-se que o primeiro-ministro usasse
das faculdades atribuídas pela lei do estado de emergência e
restringisse a circulação de pessoas no que respeita às viagens para o
arquipélago. A manutenção de voos em nome do princípio da continuidade
territorial traduz uma interpretação daquele princípio desajustada da
situação excecional que vivemos", considera a deputada socialista, num
texto publicado no Facebook.Para Isabel
Rodrigues, "se todos os princípios devessem, em circunstâncias
excecionais, manter a sua exata expressão prática, nem sequer havia
estado de emergência" que atualmente se verifica no país.O deputado do PSD eleito pela Terceira, António Ventura, também escreveu no Facebook sobre a decisão do chefe do Governo."O
primeiro-ministro mantém os voos da TAP para a Terceira, alegando a
continuidade territorial, mas é precisamente a descontinuidade
territorial a melhor prevenção contra a propagação do vírus. Não se
compreende esta atitude. Como deputado na Assembleia da República,
manifestarei o meu protesto", diz o social-democrata.O
primeiro-ministro assegurou hoje que a TAP vai continuar a assegurar as
ligações aéreas no arquipélago dos Açores, em particular na Terceira,
para que a ilha “não fique privada da continuidade territorial com o
conjunto do país”.“Quanto ao caso da ilha
Terceira, […] tendo a SATA decidido cancelar os voos para esta ilha, é
fundamental manter a ligação da TAP”, afirmou António Costa, em Lisboa,
após a reunião do Conselho de Ministros que aprovou as medidas para
aplicar o estado de emergência, na sequência da pandemia de Covid-19.Em
resposta aos jornalistas sobre a operação da companhia aérea nacional, o
primeiro-ministro disse que o Governo tem “insistido junto da TAP em
que é fundamental continuar a assegurar a ligação com estas comunidades,
a continuidade territorial, designadamente com os arquipélagos dos
Açores e da Madeira”.No caso da ilha
Terceira, no arquipélago dos Açores, a preocupação do Governo é que “não
fique privada da continuidade territorial com o conjunto do país”, após
a decisão da SATA, empresa aérea que opera nesta região autónoma.