Depois da Fábrica de Unicórnios Moedas quer Lisboa como "porto seguro da inovação"
14 de nov. de 2023, 12:30
— Lusa
Carlos Moedas
falava na sessão de abertura da cimeira tecnológica em Lisboa, que conta
com um recorde de 2.600 'startups', a qual termina em 16 de novembro. "Hoje
quero anunciar um novo projeto para Lisboa. Queremos ir da Fábrica de
Unicórnios ao porto seguro da inovação, o lugar onde te sentes livre",
prosseguiu o autarca, que no início do discurso deu as boas-vindas aos
participantes da Web Summit à "cidade dos sonhos"."Há
dois anos estava aqui para falar do meu sonho" que era "fazer Lisboa a
capital da inovação da Europa", prosseguiu, referindo que a inovação é
"um processo, é sobre trabalho árduo".E por isso foi criado em Lisboa a Fábrica de Unicórnios, que na altura "ninguém acreditava" que fosse acontecer, recordou.Dois
anos depois da Fábrica de Unicórnios existe, tem "mais de 54 empresas
tecnológicas" que vieram para Portugal, para Lisboa, de 23 países para
criar empregos na capital portuguesa, apontou.Dessas,
"12 são unicórnios", salientou, apontando que as tecnológicas
anunciaram "mais de 10 mil empregos em Lisboa", o que o deixa "muito
orgulhoso" de ter criado a Fábrica.Na sua
intervenção, Carlos Moedas recordou que, quando os fenícios criaram a
cidade de Lisboa, chamaram-na de Allis-Ubo, que significa "porto
seguro"."Porto seguro porque esta era a
cidade em que durante séculos as pessoas trabalhavam juntas, de
diferentes religiões - muçulmanos, judeus, cristãos - trabalhavam juntos
em diversidade", prosseguiu.Daí o novo desafio hoje a apresentado hoje por Moedas, de um porto seguro da inovação."A
diferença em Lisboa é que ninguém quer mudar ninguém. Damos as
boas-vindas a todos e todos têm o direito de ser o que querem ser. Essa é
a beleza disso, mas há um desafio para a vossa geração: se querem
democracia, se querem um futuro para as vossas crianças, têm de focar a
tecnologia na humanidade", alertou."Têm de
ter um projeto para mudar a tecnologia para melhor e isso significa que
todos vós, com as vossas empresas, têm de trabalhar para resolver os
problemas de hoje", disse Carlos Moedas, que passam pelas questões de
habitação, passando pela saúde, alterações climáticas."Quero
que venham para Lisboa ajudar-nos a resolver isso porque é o único
caminho" em que podem contribuir para o futuro do mundo, "se a
tecnologia se tornar algo que ajuda a humanidade e a democracia",
desafiou."A vossa responsabilidade a
partir da agora" é passar da inovação que estão habituados à "inovação
que pode ajudar a democracia".O evento,
que se realizou pela primeira na capital portuguesa em 2016, conta este
ano, de acordo com a organização, com 900 investidores, 2.000 media
confirmados, 300 parceiros, 800 oradores, num total de 70.000
participantes, em que 42% são mulheres.Ao todo, estão representados 160 países.Após
as duas primeiras edições na capital portuguesa, a Web Summit e o
Governo anunciaram, em 2018, uma parceria de 10 anos, o que mantém a
cimeira em Lisboa até 2028.