Depois da confusão de sábado, passageiros oriundos de Maputo elogiam organização
Covid-19
7 de dez. de 2021, 12:32
— Lusa/AO Online
Depois
da confusão no sábado no aeroporto de Lisboa após a chegada do primeiro
voo de repatriamento de Maputo, em que os passageiros tiveram de fazer e
pagar testes à covid-19, apesar de já os terem feito quando partiram de
Moçambique, o Governo português decidiu que o INEM apoiaria a testagem
nos próximos voos e sem qualquer custo.Os
273 passageiros, na maioria portugueses e moçambicanos, chegaram a
Lisboa às 18h30, com cerca de 30 minutos de atraso, e cerca das 19h00 o
INEM começou o processo da testagem. O
coordenador do INEM, Bruno Borges, contou aos jornalistas que o processo
de testagem de todos os passageiros deverá ficar concluído por volta da
meia noite e até às 20h30 já tinham sido testados cerca de metade, não
tendo sido registado nenhum caso positivo de covid-19.Bruno
Borges afirmou que os passageiros passam pelo controlo do Serviço de
Estrangeiros e Fronteiras que faz a notificação com as autoridades de
saúde para o isolamento profilático, uma vez que todos as pessoas
oriundas de Moçambique têm de fazer uma quarenta obrigatória devido à
nova variante Ómicron. O responsável
afirmou que os passageiros fazem um teste rápido de diagnóstico à
covid-19, sendo notificados do resultado por e-mail, o que faz com que
ninguém fique retido no aeroporto à espera do resultado.“O
ambiente é tranquilo, as pessoas que têm passado pelas equipas, quer do
SEF, quer do INEM, agradecem. Está tudo a decorrer dentro da
normalidade”, disse, explicando.Os passageiros que passaram pela zona das chegadas do aeroporto elogiam todo o processo de organização.“No
último voo não foi tão organizado. o Estado está a funcionar muito bem.
Eu pessoalmente estou grato por saber que estão a olhar pela saúde de
todos”, disse aos jornalistas Samuel, que não se mostra indignado por
ter de fazer agora uma quarentenaTambém
Francisco Costa destacou a forma como todo o processo está a ser
organizado, afirmando aos jornalistas que “correu tudo muito bem” e que
veio para Portugal mais cedo para fazer a quarentena e depois poder
estar com a família mais à vontade no Natal.Já
Alexandre Ascensão, presidente da Associação Portuguesa em Moçambique
que está a promover uma petição pelo fim dos testes e da quarentena de
14 dias à chegada a Portugal, deu “os parabéns pela organização de
hoje”, mas criticou a discriminação e “o apartheid”.“Está
tudo organizado, tudo à nossa espera. Com muitas pessoas a ajudar,
outra novidade boa é que os testes foram gratuito”, disse aos
jornalistas, frisando que esta discriminação “só acontece com
Moçambique”, onde “não há muitos casos de covid-19”.Alexandre Ascensão considerou ainda “muito pesado para as pessoas ficarem 14 dias e quarentena”.“A
petição pública foi lançada ontem [domingo] por volta das 16:00 e hoje
já tem 1.700 assinaturas. É para pedir ao Governo para terminar com a
quarentena e que não obrigue a fazer o teste à chegada”, disse,
sublinhando que as pessoas devem ter como opção podem sair de casa e
fazer um teste passado cinco dias da chegada. Os próximos voos de repatriamento estão previstos para quinta-feira e sábado.Os
voos servem de apoio ao regresso nos dois sentidos, depois de os
Estados-membros da União Europeia (UE) terem decidido suspender
temporariamente ligações aéreas com sete países da África Austral,
incluindo Moçambique, devido à identificação da variante Ómicron do
cornavírus, na África do Sul.