Democratas condenam ameaça de Trump de pena de morte a congressistas

Hoje 18:48 — Lusa/AO Online

“Trump acaba de pedir a pena de morte para os congressistas democratas. Absolutamente ultrajante”, escreveu o partido na sua conta oficial na rede social X, enquanto líderes democratas na Câmara dos Representantes condenaram a “retórica violenta e inflamatória” do Presidente.Horas antes, Trump sugeriu publicamente a pena capital para os seis congressistas democratas — todos ex-militares ou antigos oficiais dos serviços de informação — que divulgaram um vídeo no qual afirmam que militares e agentes “podem recusar-se a cumprir ordens ilegais”. O Presidente reagiu na plataforma Truth Social com a mensagem: “Comportamento sedicioso, punível com a morte!”, voltando a acusar os opositores de serem traidores.Os seis congressistas afirmaram que “este Governo está a colocar os militares e profissionais de inteligência contra cidadãos americanos”, alertando que “as ameaças à Constituição vêm não só do estrangeiro, mas também de dentro de casa”. Líderes democratas pediram que Trump apague as publicações “antes que alguém seja morto”, lembrando que a desobediência a ordens ilegais é um princípio fundamental do controlo civil das Forças Armadas. A posição dos congressistas recebeu também o apoio de um grupo que diz representar mais de 360 antigos militares e diplomatas, que acusou a Casa Branca de transformar “um princípio jurídico fundamental numa divergência política”.O Governo de Trump tem sido criticado pela utilização das Forças Armadas em operações internas e externas sem justificação legal. Trump enviou a Guarda Nacional para cidades governadas por democratas, como Los Angeles e Washington, D.C., alegando aumento da criminalidade, apesar das reservas das autoridades locais.Nas últimas semanas, os Estados Unidos lançaram ainda cerca de 20 ataques nas Caraíbas e no Pacífico contra embarcações alegadamente ligadas ao narcotráfico, sem apresentar provas, em operações que resultaram em pelo menos 83 mortos. O Departamento de Justiça afirmou, a 12 de novembro, que os ataques “foram ordenados de acordo com as leis dos conflitos armados e, por isso, são ordens legais”.Antes da reação de Trump, o vice-chefe de gabinete da Casa Branca, Stephen Miller, já tinha acusado os democratas de “apelar abertamente à CIA e aos líderes militares para se rebelarem contra o seu Comandante-Chefe”, alertando que o partido se tornou “perigosamente radicalizado”.