Defesa de Duarte Lima descarta por agora tomar medidas por detenção após libertação
30 de set. de 2022, 19:02
— Lusa/AO Online
Em
declarações à saída do Tribunal de Sintra, João Barroso Neto limitou-se a
responder “não” às questões dos jornalistas sobre eventuais ações,
nomeadamente um hipotético pedido de indemnização cível, mas reiterou as
críticas da véspera. “Aconteceu, era
evitável. Volto a dizer o que tinha referido ontem [quinta-feira]: na
minha opinião era evitável. Não estou a dizer que foi ilegal o que
aconteceu, se calhar não há solução jurídica neste caso para evitar o
que aconteceu. Acho que podia ter sido evitado de outra forma que não
seria ilegal”, sublinhou.Duarte Lima
acabara de sair em liberdade condicional após cumprir pena de prisão no
caso Homeland, quando viu a PSP cumprir o mandado de detenção no âmbito
do processo do homicídio de Rosalina Ribeiro (a antiga secretária e
companheira do milionário português Lúcio Tomé Feteira), no qual estava
apenas sujeito a Termo de Identidade e Residência e o Ministério Público
(MP) propunha um agravamento das medidas de coação.Sobre
as medidas de coação, o advogado confirmou que Duarte Lima ficou ainda
sujeito a “obrigação de apresentações semanais no órgão de polícia
criminal de residência, entrega do passaporte e proibição de se ausentar
para o estrangeiro”. Quanto ao que o MP
defendia, o mandatário do antigo deputado disse apenas que estava em
causa uma medida “privativa de liberdade”, sem especificar se seria
prisão preventiva ou obrigação de permanência na habitação.Confrontado
com um suposto perigo de fuga alegado pelo MP para o agravamento das
medidas de coação, João Barroso Neto explicou apenas que “o risco de
fuga não implica obrigatória e necessariamente uma medida privativa de
liberdade”. Quanto à reação de Duarte Lima à decisão da juíza do
Tribunal de Sintra, João Barroso Neto resumiu: “Acho que fica sempre
satisfeito depois de ontem ter saído de onde estava”.Duarte
Lima foi condenado, em 2014, a seis anos de prisão, por burla
qualificada no caso Homeland, extraído do processo do Banco Português de
Negócios (BPN). Deu entrada na cadeia da Carregueira em 26 de abril de
2019 para cumprir o remanescente da pena de prisão a que tinha sido
condenado, tendo saído na quinta-feira em liberdade condicional, mas com
o futuro incerto mercê do mandado de detenção.O
início do julgamento do homicídio de Rosalina Ribeiro, que ocorreu
perto do Rio de Janeiro, em 2009, tem início marcado para 23 de
novembro.