“A defesa do ex-Presidente Jair Bolsonaro recebeu com surpresa e indignação a imposição de medidas cautelares severas contra ele, que até o presente momento sempre cumpriu com todas as determinações do Poder Judiciário. A defesa irá se manifestar oportunamente, após conhecer a decisão judicial”, lê-se na nota divulgada pelos advogados do ex-chefe de Estado.

Já Flávio Bolsonaro publicou uma longa mensagem na rede social X em que afirma: “a proposital humilhação deixará cicatrizes nas nossas almas, mas servirão de motivação para continuarmos lutando pelo nosso Brasil livre de déspotas”.

“Proibir o pai de falar com o próprio filho é o maior símbolo do ódio que tomou conta de Alexandre de Moraes [juiz relator do processo de Bolsonaro] para tomar medidas totalmente desnecessárias e covardes. Típico de uma inquisição, que já tem a sentença final pronta antes mesmo de começar”, acrescentou, referindo-se à proibição de Jair Bolsonaro falar com seu filho Eduardo Bolsonaro.

A Polícia Federal do Brasil realizou buscas e apreensões em domicílios ligados ao ex-Presidente Jair Bolsonaro, visado no processo que corre no Supremo Tribunal Federal por suposta tentativa de golpe de Estado.

A ação das autoridades brasileiras ocorre após a Polícia Federal indicar que Bolsonaro tem atuado para dificultar o julgamento da ação penal por tentativa de golpe de Estado em análise no Supremo Tribunal Federal.

Os investigadores apontaram que as ações de Bolsonaro podem caracterizar crimes de coação no decorrer do processo, obstrução de Justiça e ataque à soberania nacional, já que o filho do ex-Presidente Eduardo Bolsonaro está nos Estados Unidos com recursos enviados pelo pai a liderar uma campanha que pede embargos ao Brasil e punições a juízes e autoridades ligadas ao processo.

Após a operação, Eduardo Bolsonaro divulgou uma mensagem em inglês listando as medidas cautelares determinadas contra o seu pai e afirmou que o juiz do STF Alexandre de Moraes “dobrou a aposta”.

As buscas ocorrem no âmbito de uma investigação aberta no Supremo Tribunal Federal na última sexta-feira, dois dias depois do anúncio do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de imposição de uma taxa de 50% sobre todos os produtos exportados pelo Brasil.

Numa carta endereçada ao Governo brasileiro, Trump acusou o Brasil pela “forma como tem tratado o ex-Presidente Jair Bolsonaro", numa referência ao processo que corre no Supremo Tribunal Federal por suposta tentativa de golpe de Estado após perder as eleições de 2022 para o atual Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo o Ministério Público Federal brasileiro, Bolsonaro e outros sete arguidos cometeram os crimes de “tentativa de golpe de Estado”, "organização criminosa armada", "tentativa de supressão violenta do Estado Democrático de Direito", "dano qualificado por grave violência ou ameaça" e "deterioração de patrimónios protegido".