Defesa da coesão é “vontade comum da Europa”, conclui Costa em Bruxelas
5 de fev. de 2020, 18:00
— Lusa/AO Online
“É muito importante para mim ter verificado,
junto do representante dos cidadãos, que é o Parlamento Europeu, do
representante das regiões e das comunidades locais, que é o Comité das
Regiões, junto de todos os parceiros sociais, que estão representados no
Comité Económico e Social, [que] não há dúvidas: a União Europeia tem
que ter um orçamento à medida das suas ambições, e a politica da coesão
tem aqui um papel fundamental”, declarou aos jornalistas.António
Costa, que falava ladeado pelos presidentes do Comité das Regiões,
Karl-Heinz Lambert, e do Comité Económico e Social Europeu, Luca Jahier,
após reuniões separadas com ambos, depois de já ter estado reunido de
manhã com o presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, enfatizou
que “este dia foi um dia muito importante” para reforçar o “otimismo
sobre o futuro da Europa, porque neste diálogo” com estas três
instituições “ficou claro que a discussão sobre o próximo quadro
financeiro não é uma luta entre países, mas, pelo contrario, é um
momento de tomar a decisão de cumprir ou não cumprir aquilo que é a
promessa da UE para com os europeus”.“Espero
que todos os meus colegas no Conselho possam ouvir não só a posição
largamente maioritária daqueles países que já se afirmaram «Amigos da
Coesão», possam ouvir as regiões dos seus países que também são
beneficiarias da política de coesão, mas possam ouvir também o
Parlamento Europeu, que é quem no fim vai ter de aprovar ou não aprovar
este orçamento, e os representantes das regiões e os representantes dos
parceiros sociais, porque no fundo é a vontade comum da Europa e dos
europeus que a politica de coesão seja defendida”, disse.Questionado
sobre se não receia ser o rosto de uma eventual derrota nas negociações
sobre o orçamento da União Europeia pós-2020, dado estar na linha da
frente na defesa da política de coesão, que poderá vir a sofrer cortes,
Costa afirmou-se satisfeito por estar a “travar esta batalha” e comentou
que “quem tenha medo de derrotas não se pode meter na política,
dedica-se a outra atividade qualquer”. “Se
dúvidas houvesse, hoje [com] a resposta unânime que encontrei de todos
com quem falei no Parlamento Europeu, a resposta muito clara do Comité
das Regiões, a resposta muito clara do Comité Económico e Social, fica
muito evidente para todos que a defesa da política de coesão não é a
defesa do interesse exclusivo próprio de Portugal e de outros países,
pelo contrário”, concluiu. Durante esta
deslocação a Bruxelas, na qual aproveitou para dar conta a diversos
responsáveis europeus das conclusões da cimeira de sábado passado em
Beja dos «Amigos da Coesão», Costa foi também recebido pelo presidente
do Conselho Europeu, Charles Michel, que está a liderar o processo
negocial entre os 27, e que convocou para 20 de fevereiro uma cimeira
extraordinária em busca de um compromisso.