Deco quer intervenção dos partidos para evitar excessos nas comissões para MB Way
10 de fev. de 2020, 09:41
— Lusa/AO Online
“Estes valores contrariam o princípio da
gratuitidade que deveria ser inerente a esta aplicação que, de alguma
forma, replica a utilização do Multibanco”, escreve a Associação
Portuguesa para a Defesa do Consumidor (Deco), que lembra que o Banco de
Portugal já recebeu mais de 33 mil reclamações.Lembra
que já em abril do ano passado tinha criticado o início da cobrança de
comissões bancárias pela utilização do serviço MB WAY, exigindo a
limitação de custos associados a todas as formas de pagamento e
transferências. “A maior parte dos
principais bancos já cobra pelas transferências através da app MB WAY. É
o caso do BPI (€ 1,20), Caixa Agrícola (25 cêntimos), Millenium BCP (€
1,20) e Santander (90 cêntimos)”, recorda a Deco, acrescentando que a
Caixa Geral de Depósitos se juntou recentemente à lista, cobrando uma
comissão de 85 cêntimos, mais 4% de imposto de selo por cada
transferência realizada.Segundo a Deco, os
valores cobrados pela Caixa geral de Depósitos representam “um aumento
de mais de 300% em relação aos valores previstos no anterior preçário,
que nunca estiveram em vigor”. Para a
associação, os valores das comissões aplicadas às transferências via MB
WAY “são manifestamente desproporcionais, violando o princípio da
proporcionalidade inerente ao comissionamento bancário”.“Depois
de receber mais de 33 mil reclamações dos consumidores, o Banco de
Portugal continua a ignorar a responsabilidade que lhe incumbe por lei,
de zelar pelo cumprimento dos princípios da proporcionalidade,
transparência e lealdade em matéria de comissionamento bancário”,
sublinha a Deco, queixando-se da inação do regulador.A
Deco pede ainda uma intervenção dos partidos com assento parlamentar,
solicitando até uma alteração legislativa para garantir que as comissões
associadas ao serviço MB WAY não ultrapassem os limites dos custos
imputados aos comerciantes para pagamentos com cartões nos termos
definidos pelo regulamento europeu de 2015, ou seja, “0,2% para os
cartões de débito e 0,3% para os cartões de crédito”.