Deco Proteste revela que medicamentos de venda livre são mais caros nas farmácias
15 de jun. de 2023, 11:01
— Lusa/AO Online
O estudo da Associação Portuguesa para a
Defesa do Consumidor analisou o preço de um cabaz de 26 medicamentos não
sujeitos a receita médica em farmácias, espaços de saúde das grandes
superfícies e parafarmácias em todo o país, tendo concluído que “nas
farmácias, a amostra de medicamentos selecionada é mais cara – a
diferença chega a ser de mais 14% que nos outros canais de
distribuição”.A Deco Proteste refere em
comunicado que desde que os medicamentos não sujeitos a receita médica
deixaram de ser vendidos exclusivamente nas farmácias, o preço deixou de
ser fixado pelo Estado, e “a diferença de preços entre as grandes
superfícies e as farmácias tem sido constante”, dando exemplos com
alguns dos medicamentos mais vendidos em Portugal, nomeadamente
Ben-u-ron, Daflon ou Voltaren, que estão entre os 26 fármacos que
compõem a amostra do estudo.O estudo
revela que o Ben-u-ron (500 mg) custava 2,52 euros em média num
hipermercado e 2,79 euros, em média, em farmácias; o Daflon (1000 mg)
custava 18,84 euros em média num hipermercado e 21,36 euros em média em
farmácia e o Voltaren Emulgelex Gel, embalagem de 180g, custava 21,35
euros em média nas parafarmácias e mais dois euros, em média, na
farmácia.Segundo dados da Autoridade
Nacional de Medicamentos e Produtos de Saúde (Infarmed), as farmácias
continuam a deter o maior volume de vendas (78% do mercado). “No
entanto, na esmagadora maioria dos casos, o consumidor poupa se optar
por comprar nos espaços de saúde dos hipermercados ou supermercados –
aqui, os 26 medicamentos analisados custam no total cerca de 218 euros,
em contraponto com as parafarmácias de rua (232 euros), e com as
farmácias e farmácias online (245 euros e 252 euros, respetivamente)”,
salienta a Deco Proteste.Analisando as
diferenças de distrito para distrito, a organização refere que o mesmo
fármaco pode sofrer “uma variação de preço considerável”, sendo que
Castelo Branco, Guarda e Santarém são os distritos onde, em média, os
preços dos medicamentos de venda livre são mais baratos, enquanto Beja é
onde os consumidores pagam mais.Em
Castelo Branco e Guarda, o cabaz custa em média 210 euros, e em Beja, a
média atinge os 252 euros. Traçando a média para Portugal Continental, o
estudo indica que estes 26 medicamentos custariam 237 euros.“Na
verdade, a diferença de preços entre as grandes superfícies e as
farmácias tem sido constante ao longo dos anos. Foi exatamente o que
aconteceu entre 2018 e 2023: a percentagem situa-se nos 14%, entre os
preços praticados nas farmácias e os que as parafarmácias nas grandes
superfícies apresentam. No entanto, existem exceções à regra e nem todas
as parafarmácias responderam ao inquérito que serve de base ao teste”,
ressalva a associação. A coordenadora da
área da saúde da Deco Proteste, Susana Santos, alerta que “o consumidor
deve estar atento para fazer as escolhas mais económicas”.“O
inquérito comparou os preços deste ano com os de 13 produtos analisados
em 2018 e, em média, todos os medicamentos estão mais caros. Por
exemplo, o Trifene 200, 20 comprimidos, que está 89% mais caro em 2023
por comparação com 2018. No atual momento de estrangulamento financeiro,
estas variações de preço podem ser decisivas para que um consumidor
possa ou não comprar medicação”, salienta Susana Santos.