Debate mais moderado revela diferentes visões do mundo
EUA/Eleições
23 de out. de 2020, 12:53
— Lusa/AO Online
O jornal
norte-americano New York Times sublinhou que o tom deste segundo e
último debate foi, no geral, mais moderado do que no primeiro encontro,
realizado no mês passado, entre o republicado e atual Presidente, Donald
Trump, e o democrata Joe Biden.Se o teor
deste segundo debate, que ocorreu na Belmont University em Nashville,
foi mais moderado, o conflito em questões de substância e visão não
poderia ter sido mais dramático, segundo o New York Times.Desde
os primeiros minutos, os dois candidatos tomaram posições opostas sobre
a pandemia do SARS-CoV-2 e Trump prometeu - desafiando as evidências -
que a doença estava "a desaparecer" enquanto Biden pedia uma ação
federal muito mais agressiva para o "inverno sombrio" que se avizinha.Para
o New York Times, ambos deram previsões opostas para a pandemia do novo
coronavírus e revelaram diferenças irreconciliáveis em questões que vão
desde o resgate da economia e fortalecimento do sistema de saúde até ao
combate às mudanças climáticas e reformulação do sistema de imigração.O
jornal norte-americano Washington Post também sublinhou que o debate
foi mais moderado que o anterior e que as visões de mundo são muito
diferentes entre os dois candidatos.O
Presidente Trump tentou mostrar Joe Biden como um político atormentado
por escândalos que falhou durante décadas na política e Biden tentou
retratar Trump como um demagogo que abusou criminosamente dos imigrantes
e lidou mal com a pandemia do novo coronavírus.As
constantes interrupções do primeiro debate, escreve o Washington Post,
foram substituídas por um contraste mais claro entre as suas visões
conflitantes sobre o país e a trocas de ataques mais definidas.Quando
Trump tentou acusar Biden de ganhar dinheiro com a China, o
ex-vice-Presidente de Barack Obama apontou que o chefe de Estado não
divulgou as suas declarações de impostos, apesar das promessas de
fazê-lo.Segundo o Washington Post, um dos
momentos mais quentes da noite concentrou-se na política de Trump de
separar as crianças imigrantes de suas famílias na fronteira. O
portal na internet do jornal mexicano La Crónica destacou também como o
momento mais dramático da noite a questão da política migratória, que
afeta diretamente o México, que faz fronteira com os Estados Unidos e
por onde entra grande parte dos imigrantes nos EUA. Na
hora do debate sobre a política de imigração, Biden não perdeu a
oportunidade de acusar o seu rival com a notícia recente sobre as 545
crianças que foram separadas de seus pais migrantes, há cerca de dois e
três anos, cujos pais ainda não puderam ser localizado para
reagrupamento familiar ordenado pela Justiça.O
jornal mexicano também sublinhou a tentativa de Trump de fugir à
responsabilidade pela crise de saúde causada pela pandemia do
SARS-CoV-2. O presidente dos EUA, Donald
Trump, e o democrata Joe Biden ofereceram visões fortemente
contrastantes sobre a pandemia de coronavírus ainda violenta no debate
presidencial final de quinta-feira, buscando persuadir os poucos
eleitores indecisos restantes 12 dias antes da eleição de 3 de novembro,
segundo o diário mexicano.Para o jornal
canadiano Toronto Sun, Trump adotou um tom mais contido do que durante o
caótico primeiro debate presidencial em setembro, quando interrompeu
Biden repetidamente. Mas, segundo o diário
canadiano, o confronto de quinta-feira ainda apresentou muitos ataques
pessoais entre dois homens que demonstram pouco respeito um pelo outro e
Trump continuou a levantar acusações de corrupção infundadas sobre
Biden e a sua família.O Toronto Sun
referiu que os candidatos entraram em confronto sobre saúde, relação com
a China e - após meses de protestos antirracismo - relações raciais,
com Biden a dizer que Trump foi “um dos Presidentes mais racistas” da
história.O jornal francês Le Monde referiu
que o debate presidencial não viu um, mas uma vencedora, a moderadora
Kristen Welker, da televisão NBC, que conseguiu controlar os candidatos.Desta
vez, segundo o Le Monde, os eleitores puderam ouvir os dois candidatos,
que se opõem em praticamente todas as questões, a explicar as suas
ideias, a sua visão dos Estados Unidos, mas também as suas críticas ao
adversário, de maneira ordenada e inteligível.Para
o Le Monde, o candidato democrata, favorito nas sondagens, soube
resistir ao bom desempenho de Donald Trump neste encontro mais pacífico
que o anterior, em que a crise do novo coronavírus, a imigração, o
racismo, a economia norte-americana foram os pontos principais do
debate.Já o jornal britânico The Guardian
sublinhou que a noite em Nashville começou com relativa calma, com os
rivais apresentando os seus argumentos finais à nação em plena pandemia
que matou mais de 220.000 norte-americanos e infetou outros milhões,
incluindo o Presidente Trump. Apesar da
natureza cada vez mais horrível e pessoal da campanha presidencial, a
noite apresentou um debate político substancial com os candidatos
divergindo fortemente sobre questões como racismo, imigração e clima,
escreve o The Guardian.O jornal britânico
também sublinhou a tentativa de Trump de minimizar a situação da
pandemia do novo coronavírus no país e o confronto dos candidatos em
relação às crianças que foram separadas dos pais imigrantes na fronteira
norte-americana.A eleição presidencial norte-americana vai decorrer a 03 de novembro.