“David Neeleman não tinha um euro para meter na TAP”
TAP
15 de dez. de 2020, 18:37
— Lusa/AO Online
“David
Neeleman não tinha um euro para meter na TAP”, garantiu Pedro Nuno
Santos, na Assembleia da República, perante os deputados da Comissão de
Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação.Assim,
prosseguiu, o Governo preferiu pagar 55 milhões de euros ao antigo
acionista David Neeleman para sair da companhia e abdicar das prestações
acessórias a que tinha direito, tornando-se, assim, “senhor do plano de
reestruturação”, em vez de deixar essa responsabilidade a um privado
que “mais cedo ou mais tarde” sairia da estrutura acionista.“Tínhamos
um sócio que não queria meter nem um cêntimo na companhia aérea. Os
senhores [deputados] queriam que nós garantíssemos, que déssemos uma
garantia pública para empréstimos à TAP, […] e eles continuariam a gerir
a empresa de acordo com os seus interesses, […] que não estavam
alinhados com os bons interesses do país e dos portugueses?” questionou o
ministro das Infraestruturas e da Habitação.Segundo
avançou Pedro Nuno Santos, o outro acionista do consórcio Atlantic
Gateway, Humberto Pedrosa (e que se mantém na estrutura acionista)
“abdicou voluntariamente das prestações acessórias”, que podiam ser
convertidas em ações, ao contrário de David Neeleman.O
ministro tinha já afirmado, na quinta-feira, em conferência de imprensa
para apresentar publicamente o plano de reestruturação da TAP, que
David Neeleman “tinha direito a prestações acessórias de 224 milhões de
euros” ou seja, “no momento em que o Estado se tornasse maioritário, o
privado ia pedir 224 milhões de euros”.“O
Estado não ia aceitar, ia disputar”, indicou, salientando que a solução
mais aceitável foi pagar 55 milhões de euros ao acionista.Ou seja, acrescentou, "David Neeleman aceitou perder 169 milhões de euros". Segundo
o governante, o Estado pagou "ao sócio privado para ele ir embora", que
"não só foi poupado a injetar dinheiro na companhia", como ainda
recebeu 55 milhões de euros para sair.