Autor: Nuno Martins Neves
A antever a segunda passagem pelos Açores, Daniel Ramos confessa-se “entusiasmado” pelo projeto apresentado. “O Santa Clara tem uma filosofia e uma ideia que estão muito bem alicerçadas. Sei o que eles querem e o que pretendem de mim, sei qual é o rumo do clube e o que me compete fazer”, explicou o treinador.
Ressalvando as “duas épocas positivas” que o clube realizou na I Liga, sob o comando de João Henriques, Ramos quer “consolidar” e se possível “melhorar”. Reconhece que terá de apostar em jogadores jovens, pois um dos objetivos é “valorizar ativos. O clube precisa de vender (...) para continuar a crescer, ter capacidade para não passar por dificuldades”.
Sobre se irá apresentar um Santa Clara ofensivo, o técnico respondeu “sempre que possível. Atacar e defender faz parte do jogo e não se podem dissociar os dois processos. Atacar bem é começar a defender bem, defender bem é começar a atacar bem. Portanto, dentro desta lógica, se pudermos ter mais domínio de jogo e capacidade de fazermos golos, melhor. Temos de criar uma ideia de jogo que proporcione bons espetáculos, bons resultados e que valorize toda a gente”.
Ramos sublinhou a importância do presidente Rui Cordeiro e do diretor desportivo Diogo Boa Alma “os principais responsáveis” pelo regresso aos Açores, de onde saiu na época 2016/2017. “Ficou sempre a sensação de que um dia iríamos voltar a trabalhar juntos. Houve o convite e não podia dizer que não”.
O
técnico abordou ainda as vicissitudes de ser treinador de um clube
insular, explicando que é preciso ter “sensibilidade”. “A quem tem a
família no continente há que dar o tempo máximo de descanso quando vamos
jogar ao continente. Em vez de regressarmos no imediato após o jogo,
regressar só no dia do treino. Temos de dar uns mimos”.