Curador João Mourão é o novo diretor do centro açoriano de artes Arquipélago
1 de set. de 2020, 06:24
— Lusa/AO Online
O anúncio foi feito pelo próprio, na sua página de Facebook, onde admite que vai abraçar “um excitante novo desafio”.“Apesar
de estar triste em deixar a incrível Kunsthalle Lissabon, estou muito
contente por ter sido selecionado para diretor do Arquipélago Centro de
Artes, o extraordinário centro de artes dos Açores”, afirma João Moura,
na mesma publicação.O curador codirigia,
com Luís Silva, o projeto cultural de Lisboa e sucede a Fátima Marques
Pereira que, depois de cinco anos na direção do centro de artes
açoriano, apresentou a sua demissão em janeiro.À
agência Lusa, o novo diretor do Centro de Artes Contemporâneas, que
assume funções em outubro, adiantou que que desenvolver “a ideia de
criar uma comunidade à volta do Arquipélago”.João
Mourão quer “pensar como é que, localmente, o Arquipélago se pode
tornar relevante, como é que, localmente, o Arquipélago se pode tornar
um centro que serve pessoas, quase um centro comunitário, que dá as
boas-vindas a toda a população e que, de algum modo, vá alicerçar os
artistas locais”, concretizou.“Não tendo
os Açores uma Universidade com cursos artísticos, interessa-me que o
Arquipélago possa ser um pouco esse sítio de formação. Perceber que
necessidades é que existem na comunidade local e que o Arquipélago pode
ser um facilitador dessas relações e dessa formação”, prosseguiu.João
Mourão foi diretor das galerias municipais da Câmara Municipal de
Lisboa, diretor do departamento de Ação Cultural da Câmara Municipal de
Lisboa, fez curadoria de várias exposições, nacional e
internacionalmente, e foi professor de curadoria nas Universidades Nova
de Lisboa e Católica Portuguesa.Nos Açores, já tinha colaborado com o festival de artes Walk&Talk.Atualmente,
liderava o projeto Kunsthalle Lissabon, que foi lançado em julho de
2009, em conjunto com Luís Silva, com o objetivo de apresentar
exposições de artistas portugueses e estrangeiros, e também de editar
livros de artista e monografias, num total de 14 volumes publicados numa
década.Em fevereiro de 2019, João Mourão
afirmou à Lusa que a galeria ia comemorar a sua primeira década
“simplesmente desaparecendo do panorama artístico da cidade, e parando
para refletir”, mas garantiu que o espaço ia continuar a funcionar.A
paragem, que durou um ano, tempo em que o espaço foi partilhado com
outros projetos internacionais, terminou em fevereiro, antes de ser
encerrada pela pandemia em março, mas já reabriu com programação
própria, e assim se planeia manter, agora apenas sob a direção de Luís
Silva.