CT da Meo/Altice pede reunião ao regulador preocupada com decisões sobre setor
1 de fev. de 2019, 11:44
— Lusa/AO Online
O
pedido de reunião data de 17 de janeiro e a Comissão de Trabalhadores
(CT) da Meo, operadora de telecomunicações da Altice Portugal,
manifesta-se "preocupada com um conjunto de decisões tomadas para o
setor durante o ano de 2018 pela Anacom [Autoridade Nacional de
Comunicações]", lê-se na carta enviada ao regulador liderado por João
Cadete de Matos.A
CT refere que essas decisões, "na opinião dos trabalhadores da Meo,
podem afetar de forma irremediável a qualidade de serviço, a política de
investimentos e, consequentemente, os postos de trabalho na empresa".Entre
os temas a abordar na reunião, a CT aponta o serviço universal de
postos públicos e serviço informativo (118), a redução de 15% dos preços
da televisão digital terrestre (TDT) e criação de bolsas de SFN
(frequência única dentro de uma área geográfica), ou ainda a redução de
86% dos preços das comunicações nos cabos submarinos entre o Continente e
as regiões autónomas da Madeira e dos Açores e entre ilhas, no espaço
de um ano, entre outros temas.No
dia 29 de janeiro, a Altice Portugal anunciou que iria impugnar a
decisão da Anacom que determina uma redução de 15,16% dos preços que os
três canais generalistas – RTP, SIC e TVI – pagam à operadora para
estarem na plataforma da TDT."À
Altice Portugal não resta outra alternativa senão impugnar a decisão do
regulador porque considera que esta redução de preços carece de
fundamentação jurídica, técnica, económica, pondo em causa o futuro da
TDT com prejuízo para todos os utilizadores", disse na altura a
operadora.Mas a
dona da Meo vai mais longe na reação, ao afirmar que "caberá ao
regulador e ao Governo preparar, desde já, o caminho para assegurar a
prestação deste serviço relevante de interesse público após o final da
licença atual, relativamente à qual a Altice Portugal não irá exercer o
direito de solicitar a respetiva renovação, atendendo ao quadro de
crescente incerteza jurídica e contratual que tem caracterizado o
desenvolvimento da TDT em Portugal".O contrato da Meo para a TDT tem duração até 2023.Por
sua vez, o regulador das comunicações recordou que a descida dos preços
da TDT foi decidida “após audiência prévia dos interessados e consulta
pública que decorreu durante 30 dias úteis, seguidos de um período de
prorrogação, e na qual se pronunciaram seis entidades".Além
disso, "a redução de 15,16% no preço praticado pela Meo foi precedida
de uma avaliação efetuada pela Anacom que concluiu que os preços
atualmente em vigor, e que foram acordados entre a empresa e os
operadores de televisão, não observam um dos princípios introduzidos
pela Lei n.º 33/2016, de 24 de agosto, pois ultrapassam o limite do
preço apresentado na proposta que venceu o concurso público para
atribuição do direito de utilização de frequências associado ao Mux A
(de 885,1 mil euros por ano e por Mbps)", disse o regulador.Em
resposta, a Altice Portugal reafirmou que os preços a praticar com os
operadores de televisão na TDT "são inferiores aos da proposta
vencedora" e apontou que a Autoridade Nacional das Comunicações
"persiste no erro" e prejudica o país.