Cristina Calisto tomou posse como presidente da Confederação de Municípios Ultraperiféricos
26 de nov. de 2018, 16:06
— Susete Rodrigues/AO Online
Conhecedora do Poder
Local e da realidade da ultraperiferia, Cristina Calisto
aponta como desafios futuros, a necessidade dos municípios das RUP’s
verem consagrados no Direito Comunitário o acesso a financiamento para
suprir as dificuldades geradas pelo afastamento geográfico dos
centros económicos e populacionais, pela insularidade e dupla
insularidade, a bem da coesão social, económica e territorial dos
municípios ultraperiféricos da Europa. “Não se trata de querer
mais direitos, trata-se, sim, de garantir que os direitos dos
cidadãos europeus que residem, por exemplo, num concelho dos Açores,
sejam iguais aos cidadãos europeus que vivem em municípios próximos
dos grandes centros de desenvolvimento europeu", referiu citada em nota de imprensa.Cristina Calisto disse ainda as autarquias
das RUP’s estão "confrontadas com realidades muito
diferentes no seio dos seus estados e das suas regiões, importa
garantir que, de forma equitativa e justa, se possa viabilizar o
financiamento direto da União Europeia” a estas unidades de poder
local, não retirando aos direitos adquiridos pelas regiões, mas
adicionando um novo fator para a coesão territorial europeia.
A autarca
diz que não será um trabalho fácil e que não deverá ficar
concretizado apenas no mandato de um ano, afirmando que a AMRAA, como
fundadora da CMU, tem uma responsabilidade acrescida na dinamização
e promoção desta luta pela defesa do Poder Local das
ultraperiferias da União Europeia.
“A perspetiva da
presidência da AMRAA, embora se queira insistente, nunca será de
embate, mas sim de diálogo, em primeira instância com cada uma das
nossas regiões, com cada um dos nossos estados e, por fim, com a
União Europeia. Não podemos negar as melhorias que o estatuto de
RUP trouxe às nossas regiões e às nossas comunidades locais, mas
temos de agir inconformados com as clivagens existentes entre um
cidadão europeu que habite numa RUP e um cidadão europeu que viva
num município no centro da Europa”.