Crise sísmica a oeste da ilha do Faial tem vindo a diminuir
5 de fev. de 2020, 15:51
— Lusa/AO Online
O responsável pelo Observatório Vulcanológico e
Geotérmico dos Açores sublinha que, de acordo com os dados
disponibilizados, os sismos sentidos pela população “são menores”, mas
“mantêm-se com as mesmas características tectónicas, a oeste do Faial,
entre 25 a 30 quilómetros”. A Rede Sísmica
do Arquipélago dos Açores tem vindo a registar desde novembro centenas
de sismos, alguns dos quais sentidos pela população, numa zona
localizada aproximadamente entre os 25 e os 30 quilómetros a oeste da
freguesia de Capelo, na ilha do Faial.O
especialista declara que “se pode considerar que há uma atenuação da
crise”, sendo, contudo, “imprevisível saber quando esta poderá
terminar", embora "se possa dizer que deve estar próxima do fim”.Para
Victor Hugo Forjaz, esta crise sísmica “é o prenuncio de uma situação
eruptiva daqui a uns anos”, devendo os sismos “mudar de
características”. O vulcanólogo Victor
Hugo Forjaz já havia referido à Lusa que uma nova ilha poderá surgir nos
Açores na sequência de “movimentos ascendentes” que se têm vindo a
registar no mar.“Pelo tipo de sismo, pela
cadência, pela periodicidade, pela energia Richter e repercussões nas
ilhas vizinhas, que são Faial e São Jorge e, por vezes, Pico,
suspeita-se que há movimentos ascendentes no fundo do mar, sendo a
evolução natural o aparecimento de uma ilha”, declarou.O
vulcanólogo refere que se têm vindo a registar “crises sucessivas”, ao
longo dos anos, no arquipélago, com “intervalos de dois anos”, e o
surgimento de uma nova ilha “não é nada de extraordinário porque as
ilhas são ativas e condensam movimentos tectónicos, seguidos de
vulcânicos”.Para o antigo docente da
Universidade dos Açores, o fenómeno seria “melhor seguido” com um
levantamento batimétrico e com recurso a um ROV, um veículo submarino
operado de forma remota, visando apurar se há fissuras, deslocamentos e
alterações topográficas.Segundo Victor
Hugo Forjaz, a Marinha Portuguesa “já deveria ter feito um levantamento
no sentido de se perceber melhor os movimentos do fundo do mar naquela
zona”, sublinhando que “não há perigo de maior” para a ilha do Faial,
uma vez que a zona fica “bastante afastada, cerca de 25 a 30
quilómetros”.