Criminalidade caiu para metade desde que começou a pandemia
Covid-19
29 de abr. de 2020, 11:28
— Lusa/AO Online
O relatório do
segundo período do estado de emergência e entregue na Assembleia da
República indica que a PSP registou 7.852 crimes entre 13 de março e 17
de abril, menos 50% do que em igual período de 2019, quando ocorreram
17.458.Os dados mostram também que as
detenções feitas pela Polícia de Segurança Pública baixaram 60,4% no
mesmo período, passando das 2.780 em 2019 para as 1.104 este ano.O
período de 13 de março a 17 de abril corresponde à data em que foi
declarada a situação de alerta por causa da covid-19 até ao fim do
segundo período do estado de emergência.O
relatório, assinado pelo ministro da Administração Interna, refere que
os crimes que mais desceram durante aquele período, segundo a PSP, foram
o furto por carteirista (-91,9%), condução por excesso de álcool
(-82,9%), ofensas à integridade física voluntária simples (-67,2%),
furto em veículo motorizado (-58%) e furto de oportunidade (-82,5%).Por
seu lado, os crimes que mais subiram na área da PSP, que atua nos
centros urbanos, foram a desobediência (94,3%), burla com fraude
bancária (67,6%), outros roubos (114,3%) e resistência e coação sobre
funcionário (12,8%).No relatório, no qual o
Governo dá conta de forma pormenorizada das medidas adotadas durante o
estado de emergência, a PSP refere que “há um interesse redobrado no
acompanhamento de alguns crimes em concreto”, designadamente a violência
doméstica e a burla.Segundo a PSP, foram
registados, entre 13 de março e 17 de abril, 1.105 crimes de violência
doméstica, menos 34,7% em relação ao mesmo período do ano passando,
quando foram feitas 1.692 denúncias.Também o número de detidos por violência doméstica desceu, registando-se menos 27, passando dos 88 para os 61.A
PSP refere que nos crimes contra o património em geral, que integra as
burlas, constata-se uma diminuição de 16%, salientando que ocorreu um
“incremento substancial das burlas com fraude bancária” e um ligeiro
acréscimo do número de denúncias de burla informática e nas
comunicações.No relatório, a GNR refere
que se registou, durante o período de emergência, um aumento de burlas,
furtos e roubos, mas não especifica.Durante
as reuniões da Estrutura de Monitorização do Estado de Emergência, a
GNR chamou atenção para as dificuldades na comunicação das listas
disponibilizadas pelas autoridades de saúde de pessoas sujeitas a
confinamento domiciliário obrigatório, referindo que “não foram
recebidas todas as listas”.Também a PSP
indica que “44,5% das identificações constantes nas listagens estão
incompletas, inibindo-se assim a prossecução das medidas de vigilância
ativas”.Compete à PSP e à GNR fiscalizar
as pessoas que estão em confinamento domiciliário obrigatório,
recorrendo em crime de desobediência se saírem à rua.