Autor: Arthur Melo
Diversas associações ambientais dos Açores e movimentos de cidadãos
preocupados com a salvaguarda do património ambiental da Praia do Monte,
na cidade da Ribeira Grande, constituíram domingo a Plataforma pela
Salvaguarda da Praia do Monte Verde.
De acordo com um comunicado,
esta é “uma estrutura conjunta e aberta à participação de outras
entidades e cidadãos” que vai continuar a luta pela defesa do património
natural e edificado daquela zona da cidade da Ribeira Grande.
A
criação da Plataforma decorreu durante uma reunião que juntou as
principais associações ambientais dos Açores, juntamente com movimentos
de cidadãos, e na qual analisaram a Empreitada de Reabilitação da
Envolvente ao Monte Verde – Arruamento entre a Travessa da Rua do
Estrela e o Largo daVila Nova, “que poderá colocar em risco a Praia do
Monte Verde”, reitera o comunicado.
A primeira iniciativa da
Plataforma, acrescenta o novo organismo, será “solicitar, com caráter de
urgência, uma reunião com o recém-empossado presidente da Câmara
Municipal da Ribeira Grande, a fim de discutir os detalhes do projeto,
os seus impactos ambientais, o cumprimento das normas aplicáveis e as
possíveis alterações que permitam preservar a Praia do Monte Verde para
as gerações futuras”.
No encontro de domingo, e que resultou na
criação da Plataforma e na decisão de pedir uma reunião ao novo edil
ribeira-grandense, o social-democrata Jaime Vieira, participaram a
Associação Ecológica Amigos dos Açores, a Associação para a Promoção e
Proteção Ambiental dos Açores, o Núcleo Regional da IRIS – Associação
Nacional de Ambiente, a Associação Amigos do Calhau, a Associação
Regional para a Promoção e Desenvolvimento do Turismo, Ambiente, Cultura
e Saúde, a Save Azores Waves e o movimento SOS Monte Verde.
Todas
organizações presentes na reunião identificaram riscos significativos
para o areal, para a qualidade da água e para o património histórico da
Levada da Condessa, decorrentes do projeto de prolongamento da via
litoral lançado a concurso no passado mês de setembro.
A Plataforma,
diz ainda a nota de imprensa, reconhece “a legítima aspiração dos
ribeira-grandenses à requalificação da sua frente marítima”, mas defende
que qualquer intervenção deve “respeitar os valores naturais e
patrimoniais existentes e assegurar a proteção da Praia do Monte Verde”,
evitando-se de forma imperativa os graves riscos de desassoreamento
potenciados pelo tipo de molhe de enrocamento previsto.
No encontro
deste domingo foram ainda analisados os mecanismos legais disponíveis
para garantir a salvaguarda do património ambiental, que as associações
consideram estar ameaçado pelo projeto.