Covid-19: Israel decreta confinamento total para travar segunda onda

13 de set. de 2020, 20:38 — AO Online/ Lusa

Os israelitas não vão poder sair mais longe do que 500 metros a partir do domicílio, o comércio não essencial vai permanecer encerrado e não poderão juntar-se mais do que dez pessoas, entre outras restrições no quadro do confinamento.As autoridades sanitárias do país tinham advertido que haveria um novo confinamento se superassem os 2.000 casos positivos diários, o que não aconteceu, mas, na última semana, já ascendem a 4.000, com os hospitais em estado de saturação e os casos graves a elevarem-se.O confinamento vai durar até 09 de outubro e coincidir com três celebrações religiosas muito importantes para os judeus: O Rosh Hashaná (Ano Novo judeu), Yom Kipur (Dia do Perdão) e o Sucot (os Tabernáculos).Durante este período, os habitantes não poderão ir além de 500 metros da residência exceto para atividades desportivas individuais, e as escolas, hotéis e centros comerciais vão encerrar.Haverá um limite de dez pessoas em reuniões em espaços fechados e de 20 ao ar livre, os supermercados e farmácias poderão funcionar, mas o restante comércio só se for de entregas ao domicílio.O setor público diminuirá os seus trabalhadores ao mínimo, e o setor privado poderá continuar a trabalhar com normalidade, mas não será permitido receber clientes."Estas medidas têm um custo muito alto para todos nós", disse o primeiro-ministro israelita, Benjamín Netanyahu, após anunciar o confinamento e as regras impostas."Mas só se cumprirmos as regras, e confio que o faremos, derrotaremos o vírus", acrescentou, antes de entrar no avião que o levará a Washington, nos Estados Unidos, para assinar, no dia 15 de setembro, na Casa Branca, os acordos de estabelecimento de laços diplomáticos com os Emirados Árabes Unidos e o Baréin.A decisão de aplicar um novo confinamento foi alcançada após uma reunião dos ministros do Governo, que durou mais de sete horas e que, segundo os meios locais, provocou gritos e acusações cruzadas, esteve marcada também pela demissão do ministro da Construção e Habitação, o ultraortodoxo Yaakov Litzman, além de vários ministros que alertaram para os danos que o confinamento vai provocar na economia.A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 921.097 mortos e mais de 28,8 milhões de casos de infeção em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.Em Portugal, morreram 1.867 pessoas dos 63.983 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.