“No
atual contexto pandémico”, a Câmara Municipal de Lisboa tem tido “mais
algumas desistências, como é normal, mas nada que comprometa o normal
funcionamento de todas as mesas eleitorais”, refere o município lisboeta
em resposta a perguntas enviadas pela agência Lusa. Responsáveis
de partidos que geralmente acompanham esta operação disseram à Lusa que
uma das dificuldades prende-se com o receio da pandemia de Covid-19,
pelo potencial risco de exposição durante horas - das 07h00 até cerca
das 20h00 ou 21h00, quando é encerrado o processo de contagem de votos,
conforme a dimensão das mesas.Esse fator
levou à desistência de pessoas que já tinham sido indicadas, seja por
pertencerem a grupos de risco de Covid-19 seja por terem mais de 65
anos, acrescentaram. Em declarações à
Lusa, Jorge Veloso, da Associação Nacional de Freguesias (Anafre),
invocou a sua experiência pessoal – é presidente da União de Freguesias
de São Martinho do Bispo e Ribeira de Frades, Coimbra - para dizer que
registou “algumas desistências”, mas nada que ponha em causa a formação
das mesas. E disse desconhecer casos mais complicados noutras zonas do país. Outro
fator a complicar o processo resulta de os partidos não terem
participado formalmente na indicação de membros da mesa, pelo que a
opção passou por indicar à câmara municipal, através de juntas de
freguesia, os mesmos nomes que estiveram nas mesas das eleições
legislativas de 2019.Foi dessas listas que
se registaram as desistências. No caso de Lisboa, foram “desistências
pontuais”, o que “não é de todo [uma situação] inédita” relativamente ao
passado.Para as presidenciais de domingo,
no concelho de Lisboa “foram constituídas 509 secções de voto,
compostas por cinco membros por secção”, num total de 2.545 pessoas,
ainda segundo a resposta dada pela Câmara de Lisboa à Lusa.A lei eleitoral estipula que as mesas têm de ter cinco pessoas, mas podem funcionar com um mínimo de três.O
mesmo problema das desistências, que dificultam a formação das mesas de
voto, foram relatadas à Lusa por responsáveis partidários ligados a
este processo, embora com escalas diferentes, dependendo da dimensão do
município.As eleições presidenciais estão
marcadas para 24 de janeiro e esta é a 10.ª vez que os portugueses são
chamados a escolher o Presidente da República em democracia, desde 1976.A
campanha eleitoral começou em 10 de janeiro e decorre até sexta-feira,
com o país a viver sob medidas restritivas devido à pandemia e em
confinamento geral desde dia 15. Concorrem
às eleições sete candidatos, Marisa Matias (apoiada pelo Bloco de
Esquerda), Marcelo Rebelo de Sousa (PSD e CDS/PP) Tiago Mayan Gonçalves
(Iniciativa Liberal), André Ventura (Chega), Vitorino Silva, do partido
RIR - Reagir, Incluir, Reciclar, mais conhecido por Tino de Rans, João
Ferreira (PCP e PEV) e a militante do PS Ana Gomes (PAN e Livre).Desde
1976, foram Presidentes António Ramalho Eanes (1976-1986), Mário Soares
(1986-1996), Jorge Sampaio (1996-2006) e Cavaco Silva (2006-2016). O
atual chefe de Estado, eleito em 2016, é Marcelo Rebelo de Sousa, que se
recandidata ao cargo.