Covid-19: Açores reduzem tempo de espera por resultado de teste feito à chegada
13 de jun. de 2020, 18:46
— AO Online/ Lusa
“O tempo que medeia o momento de recolha de amostras e a obtenção do resultado do teste é, no caso das ilhas de São Miguel e Terceira, de cerca de 12 horas, uma vez que existem laboratórios que fazem esse teste nessas duas ilhas”, avançou este sábado o secretário regional adjunto da Presidência para os Assuntos Parlamentares, Berto Messias.O governante falava, em Angra do Heroísmo, numa conferência de imprensa de apresentação de novas medidas de desconfinamento, aprovadas esta sexta-feira em Conselho de Governo, que entram em vigor na segunda-feira.Desde meados de maio que os Açores deixaram de exigir o cumprimento de quarentena obrigatória à chegada à região, sendo a medida substituída pela realização de testes à covid-19, caso os passageiros não tivessem realizado um teste nas 72 horas anteriores ao embarque.Os passageiros eram, no entanto, obrigados a aguardar pelo resultado numa unidade hoteleira indicada para o efeito, o que poderia demorar no máximo de 48 horas.A redução do tempo de espera pelo resultado do teste de despiste de infeção pelo novo coronavírus só é possível nas ilhas Terceira e São Miguel, onde estão instalados os laboratórios de referência da região.O executivo admite que nas ilhas de Santa Maria, Faial e Pico, que também têm ligações diretas com o exterior, a espera possa ser maior, tendo em conta que há necessidade de fazer deslocar as amostras, mas Berto Messias disse que “num futuro muito breve também o Faial poderá dar resposta a essa necessidade”.Além do teste realizado à chegada, passa a ser exigido apenas um segundo teste ao sexto dia, em caso de permanência por mais de sete dias na região, deixando de ser necessária a realização de um terceiro teste ao 13.º dia.“Tendo em conta o facto de sermos uma região ‘covid free’, entendemos que, se forem mantidos, com todo o rigor, todos os procedimentos que estão agora definidos, é possível abdicar desse terceiro teste. É o resultado de toda a evolução que temos conseguido nos últimos tempos”, justificou o secretário regional.Apesar de não terem de ficar em isolamento, é recomendado que os passageiros cumpram as “regras de distanciamento físico, de uso de máscara e regras de etiqueta respiratória”.O executivo açoriano vai deixar de comparticipar a estadia em hotéis, exceto no caso de os passageiros terem como destino final outra ilha que não aquela em que aterrem.“No caso de teste realizado à chegada aos aeroportos da região, o passageiro passa a aguardar o resultado do mesmo em isolamento profilático, na sua residência ou local onde estiver alojado, e não em hotel designado para o efeito”, avançou Berto Messias.Deixará também de haver possibilidade de ficar em quarentena voluntária num hotel, com custos assegurados pelo Governo Regional, mas quem já a tiver iniciado pode continuar nas unidades hoteleiras até ao final do período definido, se assim o entender.O incumprimento da realização dos testes definidos e da espera em isolamento profilático pelo resultado pode levar as autoridades de saúde regionais a apresentar “queixa pela prática do crime de desobediência” e a determinarem a realização de quarentena obrigatória numa unidade hoteleira, com custos imputados ao passageiro, sendo a decisão submetida a validação judicial.Desde o início do surto, os Açores registaram 147 casos da covid-19, dos quais 130 já recuperaram, 16 morreram e um foi transferido para o continente português.A pandemia de covid-19 já provocou mais de 426 mil mortos e infetou mais de 7,6 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.Em Portugal, morreram 1.512 pessoas das 36.463 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.