Costa Silva diz que aeroporto e TAP são "indispensáveis"
Plano 2020/2030:
21 de jul. de 2020, 14:11
— Lusa/AO Online
“Quando se olha a performance
da economia portuguesa, a questão da conectividade é absolutamente
vital”, começou por dizer António Costa Silva durante um debate no
Centro Cultural de Belém, em Lisboa, que se seguiu à apresentação do
documento "Visão Estratégica para o Plano de Recuperação 2020/2030", da
sua autoria.“Nós não vamos sobreviver no
século XXI se não apostarmos nos sistemas que nos ligam ao mundo e é por
isso que a ferrovia é cada vez mais importante e que a ligação de alta
velocidade entre Porto e Lisboa é tão importante”, sublinhou o gestor,
acrescentando que “as ligações aéreas até 600 quilómetros - e já se
discute que até 1.000 quilómetros - vão ser pura e simplesmente
proibidas”.Para António Costa Silva, esta situação exigirá “um grande ajustamento para a aviação internacional”. Neste
contexto, em Portugal, pela sua própria geografia, “o aeroporto é
indispensável e a TAP é indispensável”, salientou o consultor do
Governo, afirmando que “não estamos na idade das cavernas” mas “num
mundo global que vai ser ajustado”.No
documento, Costa Silva defende a construção de um aeroporto "para a
grande Área Metropolitana de Lisboa", destacando que "as ligações aéreas
são fundamentais na performance da economia portuguesa", não só para o
turismo mas para outros setores.Com quase
140 páginas, o documento feito pelo consultor a pedido do Governo e que
entra agora em discussão pública, servindo de base para o plano de
recuperação do executivo a apresentar à Comissão Europeia em outubro,
não prevê o impacto financeiro das medidas a tomar.António
Costa Silva disse que, apesar de ter feito as contas, essa matéria “é
da competência do Governo”, a quem caberá definir prioridades.O
documento "Visão Estratégica para o Plano de Recuperação 2020/2030" de
Costa Silva foi apresentado no mesmo dia em que o Conselho Europeu
chegou a acordo sobre um pacote financeiro de 1,82 biliões de euros para
a retoma da economia comunitária, após longas e difíceis negociações.Portugal
vai arrecadar, com o orçamento da União Europeia (UE) a longo prazo e o
Fundo de Recuperação, 45 mil milhões de euros em subsídios, destinando
300 milhões à região do Algarve, devido à quebra no turismo.Falando
hoje aos jornalistas em Bruxelas, minutos depois de o Conselho Europeu
ter chegado a acordo, o primeiro-ministro português, António Costa,
indicou que, “no total, entre verbas disponíveis através do próximo
Quadro Financeiro Plurianual e verbas mobilizadas a partir do Fundo de
Recuperação, Portugal terá disponíveis 45 mil milhões de euros” nos
próximos sete anos.No anterior Quadro
Financeiro Plurianual 2014-2020 – e no qual não estava incluído o Fundo
de Recuperação agora criado por causa da pandemia –, Portugal dispunha
de 32,7 mil milhões de euros, havendo agora um acréscimo de 37%.Entre
os 45,1 mil milhões de euros que o país irá agora arrecadar incluem-se
15,3 mil milhões de euros em transferências a fundo perdido exatamente
no âmbito desse programa para a recuperação, bem como 29,8 mil milhões
de euros em subsídios do orçamento da UE a longo prazo 2021-2027.E,
embora não entrem nestas contas, a estes montantes acrescem 10,8 mil
milhões de euros em empréstimos, ainda no âmbito do Fundo de
Recuperação.