Costa, Sánchez e Macron reúnem-se em Bruxelas na quinta-feira
Crise/Energia
19 de out. de 2022, 12:36
— Lusa/AO Online
O
encontro entre António Costa, Pedro Sánchez e Emmanuel Macron, para
abordar as ligações para transporte de energia através dos Pirenéus,
tinha sido anunciado pelo Presidente francês a 07 de outubro, no final
de um encontro informal de líderes da União Europeia (UE) em Praga,
quando afirmou que os três se iriam reunir dentro de dias em Paris.Segundo
fontes europeias - e também do Governo espanhol, citadas hoje por meios
de comunicação social em Espanha -, o encontro ocorrerá, afinal, em
Bruxelas, na quinta-feira de manhã, antes do início do Conselho Europeu
agendado para os próximos dois dias, dedicado à crise energética.Portugal
e Espanha têm persistido no avanço do projeto de um novo gasoduto nos
Pirenéus, conhecido como MidCat, para transporte de gás e, no futuro, de
hidrogénio, insistindo os dois países na ideia que a Península Ibérica
tem infraestruturas para ser uma nova porta de entrada de gás natural na
UE e assim ajudar a acabar com a dependência do fornecimento russo.Países
como a Alemanha já manifestaram apoio ao projeto, mas o MidCat conta
com a oposição de França, que invoca questões ambientais e de
rentabilidade e diz que, além disso, não conseguiria responder à crise
energética imediata, gerada pelo corte de abastecimento russo."Verei,
dentro de uns dias, em Paris, o primeiro-ministro Sánchez e o
primeiro-ministro Costa, e vamos encontrar acordos muito pragmáticos a
três, porque é assim que fazemos as coisas e as fazemos bem, à
europeia", afirmou Macron, em Praga no dia 07 de outubro.O Presidente francês acrescentou que "França está a favor da interconexão e a favor de uma Europa solidária".Na
semana passada, no dia 14, António Costa afirmou que França “não vai
seguramente querer estar isolada” na posição comum de apoio ao novo
gasoduto ibérico.O primeiro-ministro
português falava em Berlim, no final de um encontro com os líderes dos
Governos de Espanha e Alemanha, em que abordaram a questão da crise
energética e as respostas que deve dar a UE.“Temos
trabalhado os três [Portugal, Espanha e Alemanha] para que a França se
possa mostrar de novo aberta a esta solução (…). À volta do Conselho não
vai seguramente querer estar isolada nesta posição que é comum”, disse
António Costa aos jornalistas, referindo que o executivo de Paris nem
sempre esteve contra este projeto.O
primeiro-ministro português acrescentou que existem agora dois “novos
argumentos” que devem convencer Emmanuel Macron a apoiar o Midcat: a
capacidade para transportar também hidrogénio verde e a necessidade de
alternativas ao gás russo.Costa assumiu
que França seria a “solução natural” de passagem do gasoduto, mas não
descartou “outras soluções mais difíceis e mais caras”.