Costa salienta que reabertura tem de ser prudente e com condições sociais de confiança
Covid-19
15 de abr. de 2020, 14:57
— Lusa/AO Online
António Costa falava aos
jornalistas no final da reunião com epidemiologistas, no Infarmed, em
Lisboa, sobre a evolução da pandemia de covid-19 em Portugal, em que
reiterou que os cidadãos em geral têm de fazer neste mês de abril "um
grande esforço" para combater a propagação do novo coronavírus."Devemos
ser sempre prudentes, progressivos e ir medindo sempre as consequências
das decisões para não corrermos riscos. Temos simultaneamente de criar
condições de confiança na sociedade e condições para que, com
responsabilidade, se possa decidir reabrirem os restaurantes, o comércio
de bairro ou as grandes superfícies", declarou o primeiro-ministro.António
Costa procurou destacar a importância do fator confiança social no
processo de reabertura, alegando que até se pode decidir que os
restaurantes reabram, mas, depois, "se as pessoas não tiverem confiança,
também não vão aos restaurantes". Interrogado
uma vez mais sobre o calendário do Governo para começar a levantar
restrições à circulação das pessoas e à atividade económica, o líder do
executivo voltou a alegar que "não se pode antecipar resultados" em
termos de combate à pandemia."Serenamente,
sem ansiedades, temos de aguardar pelo final do mês, dia 28, para
voltarmos a ver qual a avaliação", disse, numa alusão à próxima reunião
com epidemiologista no Infarmed, antes de deixar um reparo."Portugal
não tem tido o mesmo grau de restrição que outros países e, no que
respeita à indústria, com exceção de Ovar, não foram impostas nenhumas
restrições ao funcionamento de unidades industriais, para além da
necessidade de terem de cumprir as normas de segurança e de afastamento
social. Muitas paralisaram a sua atividade, ou porque tinha sido
interrompida a cadeia de fornecimento, ou porque se registou um colapso
da procura", alegou.Neste ponto, o primeiro-ministro salientou que a eliminação das restrições "terá de ser feita de um modo gradual e progressivo"."Cada
vez que retirarmos uma medida de restrição, sem que haja tratamento e
sem que haja vacina, o número de contágios vai aumentar. Temos de medir
sempre se, quando se verificar esse risco de aumento de contaminação, é
ou não controlável. Só nesse momento podemos começar a retirar as
medidas", acrescentou.