Costa salienta investimento de 516 ME para construção de residências universitárias no país
24 de nov. de 2023, 17:55
— Lusa
Esta posição foi
transmitida por António Costa na cerimónia de inauguração do 1.º
edifício da nova residência da Universidade de Lisboa, financiada pelo
PRR, na qual o chefe do executivo constatou que “hoje a maior barreira
de acesso no Ensino Superior é mesmo o custo do alojamento”. “Hoje,
felizmente, há um grande consenso entre todos de que é fundamental
investir nas residências universitárias. E é esse grande investimento
que neste momento está em curso e significa que nós vamos investir nos
próximos anos, através do PRR, 516 milhões de euros em construção de
residências universitárias”, destacou o primeiro-ministro.António
Costa referiu que a dotação inicial, que era de 375 milhões de euros,
foi sendo reforçada, quer por verbas do Orçamento do Estado, quer porque
“os custos de construção efetivamente aumentaram”.“Significa
passarmos, do início do PRR para 2026, de 157 para 243 residências e de
15.073 camas para 26.772 camas, o que significa um aumento de 78% do
número de camas disponíveis. Aqui só na Universidade de Lisboa, duplicar
o número de camas disponíveis”, enumerou. O
chefe do executivo sublinhou também a importância de reforçar medidas
no âmbito da ação social escolar, referindo o aumento do complemento de
alojamento de 288 para 456 euros este ano, que visa ajudar os estudantes
que não conseguem lugar nas residências universitárias. “É
um grande esforço que a sociedade faz para apoiar o enorme esforço que
as famílias fazem, que os estudantes fazem, para conseguirmos este
objetivo: passarmos dos 50% dos jovens com 20 anos que já estão no
Ensino Superior para os 60% dos jovens com 20 anos que deverão estar no
Ensino Superior em 2030. Este tem que ser um esforço conjunto de toda a
sociedade”, apelou. A residência visitada
hoje pelo primeiro-ministro, pela ministra da Presidência, Mariana
Vieira da Silva, e pela ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino
Superior, Elvira Fortunato, tem um total de 335 camas, com alguns
estudantes já a utilizar as instalações, e faz parte de um total de três
edifícios que terão ao todo cerca de 900 camas. “Quando
perguntava há pouco ao senhor reitor [da Universidade de Lisboa] «então
e os outros dois edifícios quando começamos?» fiquei muito contente
quando me disse: «só aguardamos a resolução do Conselho de Ministros». E
portanto, com a ministra da Ciência de um lado, e a ministra da
Presidência que faz a agenda do Conselho de Ministros do outro, senhor
reitor, eu diria, que o próximo Conselho de Ministros é mesmo o Conselho
de Ministros ideal para aprovar essa resolução”, afirmou o
primeiro-ministro. Antes, o chefe do
executivo ouviu o estudante Diogo Ferreira Leite, que se congratulou com
a construção desta residência mas pediu para que as dificuldades dos
jovens universitários no acesso ao alojamento não sejam esquecidas.“Ao
inaugurarmos este espaço, não nos podemos esquecer das enormes
dificuldades que os nossos jovens ainda ultrapassam. A promessa de um
Ensino Superior que se quer universal e acessível para todos, ainda está
por concretizar”, alertou, lamentando os “predatórios preços” da
habitação nos grandes centros urbanos, que obrigam alunos a desistir de
frequentar as faculdades.Também Madalena
Coelho, aluna que conseguiu quarto nesta residência universitária,
mostrou-se satisfeita por ter tido essa oportunidade, mas lembrou que é
“uma exceção” e que “a escassez do alojamento continua a ser uma luta
constante”. O presidente da Câmara
Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, destacou a necessidade de um
“trabalho conjunto” para resolver a crise do acesso ao alojamento
estudantil, entre autarquias, fundos europeus, Governo e as
universidades.