Costa promete que fará o que for preciso para garantir finanças públicas saudáveis
3 de nov. de 2021, 12:35
— Lusa/AO Online
“Vamos
fazer o que for preciso para garantir finanças públicas saudáveis”,
declarou António Costa em inglês, interrompendo o seu discurso em
português, durante a sessão solene do 175º aniversário do Banco de
Portugal - cerimónia em que, além do governador, Mário Centeno.Na
sua intervenção, que não teve qualquer referência direta à atual crise
política portuguesa, o primeiro-ministro avisou que a política
económica, social e orçamental dos governos “não opera de forma isolada e
a sua eficácia e o seu alcance são impactados pela atuação dos bancos
centrais”.“As medidas adotadas de forma
tempestiva foram essenciais para – e ao contrário do que aconteceu na
crise financeira anterior - assegurar estabilidade financeira, garantir a
necessária provisão de liquidez e evitar a fragmentação dos mercados
que, num contexto de elevada incerteza, teria impedido as respostas
nacionais em muitos Estados-membros.Essas
políticas, de acordo com o primeiro-ministro, “complementaram a ação dos
governos ou criaram espaço para essa ação, e assim, ajudaram a que, por
exemplo, no caso português”. António Costa disse então que os custos da
emissão de dívida pública mantiveram-se “em mínimos históricos, e em
cerca de metade dos custos de 2019 (1,1% em 2019; 0,5% em 2020; 0,6% em
2021)”.“Ao contrário da anterior crise, as
empresas não vissem o seu acesso ao crédito limitado, num período
particularmente crítico da sua atividade; as taxas de juro enfrentadas
pelas empresas se mantivessem em mínimos históricos”, completou.Na União Europeia, segundo António Costa, foi possível responder à crise pandémica da Covid-19 com “uma resposta ímpar e una”.Agora,
acentuou o líder do executivo português, “depois da forte contração da
generalidade das economias em 2020, assiste-se a uma recuperação em
todos os países europeus, acima mesmo das previsões feitas há um ano”.“No
caso português, o emprego está já acima do nível pré-pandemia e o
desemprego a um nível inferior ao registado também antes da pandemia.
Por outro lado, o primeiro semestre de 2021 registou mesmo o nível mais
elevado de investimento empresarial em Portugal desde que há registo.
Tal como na fase mais aguda do combate à pandemia e aos seus impactos
económicos e sociais foram determinantes as respostas nacionais e
supranacionais – incluindo a resposta do Sistema Europeu de Bancos
Centrais - também agora importa garantir um policy mix que não ponha em
causa a recuperação económica e que, pelo contrário, a reforce e
robusteça”, advertiu, antes de reiterar uma das mensagens centrais nesta
sua intervenção.“São as contas certas que
garantem a credibilidade internacional de Portugal, permitindo ao país
ter poupado três mil milhões de euros juros da dívida anualmente face a
2015”, acrescentou.