Costa promete 30% das áreas marinhas classificadas e stocks de pesca sustentáveis
27 de jun. de 2022, 13:44
— Lusa/AO Online
António Costa
falou sobre estes dois compromissos no discurso que proferiu no primeiro
dia da 2.ª Conferência dos Oceanos da Organização das Nações Unidas
(ONU), coorganizada por Portugal e pelo Quénia, que decorre até
sexta-feira na Altice Arena, em Lisboa.Na
sua intervenção, em que assumiu quatro compromissos em termos de ação, o
primeiro-ministro procurou salientar a ideia de que, quando se fala de
oceanos, o conhecimento científico “tem de estar no centro”.Nesse
sentido, aproveitando a centralidade atlântica dos Açores, o Governo
português, de acordo com António Costa, “dará continuidade ao
investimento na iniciativa Air Center, enquanto rede de colaboração
científica entre países e institutos de investigação sobre áreas como o
espaço, a observação da atmosfera, os oceanos, o clima e a energia”.“E
até ao final deste ano, iremos criar o gabinete da Década das Nações
Unidas das Ciências do Oceano para o Desenvolvimento Sustentável”,
referiu.Outro
compromisso assumido pelo líder do executivo é o de Portugal “assegurar
que 100% do espaço marítimo sob soberania ou jurisdição portuguesa seja
avaliado em bom estado ambiental”.“E, até 2030, classificar 30% das áreas marinhas nacionais”, completou.Ainda
este ano, segundo António Costa, foi dado um passo nesse sentido ao ser
aumentada “em 27 vezes o tamanho da Reserva Natural das Ilhas
Selvagens, tornando-a na maior área marinha protegida do Atlântico
Norte”.“Por
outro lado, na segurança alimentar, queremos transformar a pesca
nacional num dos setores mais sustentáveis e de baixo impacto a nível
mundial, mantendo 100% dos stocks dentro dos limites biológicos
sustentáveis”, frisou a seguir o primeiro-ministro.No
início da sua intervenção, António Costa saudou de forma especial o
secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, de quem foi
secretário de Estado e ministro dos seus dois governos entre 1995 e
2022.Depois,
no plano político, o atual líder do executivo sustentou a ideia de que
“os oceanos unem os povos dos vários continentes e são património comum
da humanidade”.“Por
isso aqui estamos, Estados, organizações internacionais, comunidade
científica, organizações não-governamentais, empresas, para sob a égide
das Nações Unidas assumirmos os oceanos como uma causa global”, disse.Segundo
António Costa, a proteção dos oceanos é decisiva para o combate às
alterações climáticas, para a promoção da biodiversidade, para o
desenvolvimento sustentável, e para a garantia da segurança marítima e
da liberdade de circulação.“Precisamos
de uma agenda global dos oceanos, focada em soluções práticas, baseadas
na ciência e dotada dos recursos financeiros necessários”, acrescentou.