Costa pede fim no domingo da crise política “sem acrimónias nem rancores”
Legislativas
27 de jan. de 2022, 11:25
— Lusa/AO Online
Estas
foram duas das mensagens transmitidas por António Costa no discurso que
proferiu no encerramento do comício do PS no pavilhão da Sociedade
Filarmónica Artística Piedense, em Almada.No
seu discurso, o líder socialista elogiou o sentido de solidariedade dos
portugueses no combate à pandemia de Covid-19, recusando a lógica do
“cada um por si”, salientou que já 4,5 milhões de portugueses receberam a
dose de reforço da vacina contra a Covid-19 e que, apesar do aumento
das infeções, o Serviço Nacional de Saúde não está sob pressão.Neste
contexto, António Costa procurou colocar em contraste a resposta deste
Governo à crise sanitária e a resposta dada pelo executivo de Passos
Coelho em 2011 perante a crise financeira.“Não
houve aumento de impostos nem redução dos salários. Houve mobilização
do Estado social e proteção dos rendimentos”, declarou, antes de
condenar a forma como no parlamento se abriu uma crise política em
Portugal ainda em conjuntura de crise sanitária.“Por
já termos vencido a austeridade, a estagnação económica e estarmos a
lutar contra a pandemia é que eu não tenho a menor das dúvidas de que,
no próximo domingo, vamos também vencer esta crise política que foi
irresponsavelmente foi criada em Portugal. É impossível perceber a razão
de se ter criado esta crise política”, observou, numa crítica indireta a
partidos como o PCP e o Bloco de Esquerda.Neste
quadro, de acordo com António Costa, “só há uma resposta a dar no
próximo domingo: Acabar com esta crise política já no domingo e não a
deixarmos prolongar por mais quatro anos”.Pela sua parte, segundo António Costa, haverá diálogo no dia seguinte às eleições.“O
PS tem uma responsabilidade porque foi em todos os momentos o motor da
concórdia nacional, o ponto de mobilização das diferentes forças. De
novo, é isso que temos de fazer, sem acrimónias, sem rancores, virando a
página desta crise e devolvendo ao país aquilo que é fundamental:
Estabilidade no país e tranquilidade na vida de cada português”,
acentuou.Na parte final da sua
intervenção, o líder socialista defendeu que “estão criadas todas as
condições de segurança” sanitárias para que os portugueses possam votar e
voltou a alertar para uma possível influência do Chega num executivo de
maioria relativa liderado pelo PSD.“Sejamos
também muito claros, o voto no PS é certo e seguro, porque não temos um
programa escondido. Das duas alternativas que temos, é a única que em
circunstância alguma dependerá da tolerância, da complacência acordada
ou não acordada com a extrema-direita, porque com a extrema-direita não
queremos nada, nada e mesmo nada”, frisou.Segundo António Costa, para o PS, o muro que o “separa da extrema-direita, não começa à porta do Conselho de Ministros”.“O
muro começa nos valores fundamentais no qual assenta a dignidade
humana. Já vimos bem que nos Açores não foi preciso que a
extrema-direita estivesse sentada no Governo Regional para condicionar a
política do PSD. Não queremos que na República aconteça aquilo que
acontece nos Açores. E, tal como não há almoços grátis, também não há
viabilizações grátis de Governo”, acrescentou.