Costa Neves vai ser o secretário-geral do Governo da República
4 de jan. de 2025, 15:24
— Lusa
Segundo
a mesma fonte, o antigo ministro dos governos de Santana Lopes e Pedro
Passos Coelho vai receber um salário de acordo com a tabela legal.Carlos
Costa Neves foi ministro da Agricultura no XVI Governo Constitucional,
chefiado por Pedro Santana Lopes, e dos Assuntos Parlamentares no XX
Governo Constitucional, liderado por Passos Coelho, além de ter
presidido ao PSD/Açores.Licenciado em
direito, foi ainda deputado à Assembleia da República e ao Parlamento
Europeu entre 1994 e 2002, além de ter sido várias vezes secretário
regional em Governos sociais-democratas nos Açores.Costa
Neves é o segundo nome indicado pelo Governo para secretário-geral do
Governo, após Hélder Rosalino se ter manifestado na segunda-feira
indisponível para assumir o cargo.A
nomeação de Hélder Rosalino suscitou polémica após ter sido noticiado
que o consultor teria optado por ser remunerado pelo seu vencimento de
origem no Banco de Portugal, superior a 15 mil euros, e não de acordo
com a tabela remuneratória única da Função Pública, cujo salário seria
na ordem dos seis mil euros.Este direito
de opção foi criado através de uma alteração, feita na semana passada,
ao diploma que estabelece o estatuto remuneratório dos dirigentes
superiores e intermédios da Secretaria-Geral, aprovado em julho.O
Banco de Portugal, que tem autonomia administrativa e financeira, veio
esclarecer que não asseguraria o encargo com as remunerações de Hélder
Rosalino após o ex-administrador entrar em funções como secretário-geral
do Governo, invocando as regras do Eurosistema sobre a proibição do
financiamento monetário.Para o Governo, a
recusa do Banco de Portugal, instituição liderada por Mário Centeno, em
continuar a pagar o salário de origem "não impedia a poupança de
recursos públicos, mas criou uma complexidade indesejável".A
situação foi criticada por vários partidos políticos, com o PS e o
Chega a anunciarem que vão pedir a apreciação parlamentar do decreto
aprovado na semana passada. O BE defende a revogação do diploma, que
considera ter sido feito "à medida", e o PAN pediu ao Governo "toda a
documentação" relacionada com a nomeação.A
lei orgânica aprovada em julho prevê a concentração de serviços e a
extinção das secretarias-gerais de nove ministérios e do Centro de
Gestão da Rede Informática do Governo, através da sua fusão na
secretaria-geral do Governo, o que, segundo o Executivo, corta em 25% o
número de cargos diretivos, gerando uma poupança de cerca de 4,1 milhões
de euros por ano.O primeiro-ministro,
Luís Montenegro, delegou no ministro da Presidência, António Leitão
Amaro, a tutela da secretaria-geral do Governo, de acordo com um
despacho publicado hoje em Diário da República.