Costa escolhe políticas sociais para tema do debate quinzenal na quarta-feira
5 de fev. de 2019, 19:30
— Lusa/AO Online
Nas
últimas duas semanas, as questões da segurança e da habitação, a
contestação social dos enfermeiros e professores, as políticas de
ressocialização de reclusos e a educação como fator corretor de
desigualdades predominaram nas intervenções públicas do
primeiro-ministro.Na
controvérsia em torno da intervenção policial no Vale de Chícharos,
mais conhecido por bairro da Jamaica, no concelho do Seixal - e que
motivou no último debate quinzenal uma troca de palavras tensa e dura
entre António Costa e a presidente do CDS-PP, Assunção Cristas -, o
líder do executivo tem colocado ênfase na política de habitação do
Governo, tendo em vista a erradicação das barracas nas áreas
metropolitanas até 25 de Abril de 2024.No
caso concreto do bairro da Jamaica, o primeiro-ministro salientou que
se encontra em curso desde dezembro de 2017, em conjunto com a Câmara do
Seixal, um programa de realojamento, cuja primeira fase terminou no
final do ano passado com o realojamento do primeiro grupo de famílias.Outro
dos temas que tem marcado os últimos dias é o das greves dos
enfermeiros, que António Costa classificou como "selvagens" e
"absolutamente ilegais", dizendo mesmo estar disponível para usar todos
os meios ao alcance do Governo para travar as ilegalidades nessas
paralisações."Não
podemos confundir aquilo que é o exercício da atividade sindical, o
exercício legítimo do direito à greve com práticas que não são de greves
cirúrgicas, mas são greves selvagens, que visam simplesmente atentar
contra a dignidade dos doentes e contra as funções do Serviço Nacional
de Saúde, que são absolutamente ilegais e em relação às quais as
instituições não podem ficar impassíveis", declarou o líder do executivo
no decorrer de uma visita a Mogadouro, no distrito de Bragança, na
passada sexta-feira.Na
semana passada, no que respeita a matérias sociais, o primeiro-ministro
destacou ainda a questão da ressocialização dos reclusos no âmbito das
políticas de justiça, durante uma visita ao estabelecimento prisional de
Santa Cruz do Bispo, no concelho de Matosinhos, distrito do Porto.
"O grande desafio é a preparação [das reclusas] para a vida em
liberdade na sociedade, o que torna fundamental investimento na
formação, porque a empregabilidade é essencial. O que nós vimos aqui
neste estabelecimento prisional [Santa Cruz do Bispo] é o modelo daquilo
que podemos, devemos e temos de conseguir replicar em todo país",
afirmou António Costa após ter visitado esta cadeia feminina.Além
da questão da ressocialização dos reclusos, António Costa também tem
dado prioridade à política de educação como fator para o combate às
desigualdades sociais - assunto que escolheu num recente discurso que
proferiu numa conferência promovida pelo Conselho Nacional da Educação,
em Lisboa.Na
sua intervenção, o primeiro-ministro considerou que a educação
"universal e de qualidade" tem de contribuir "de forma ativa" para
combater o acentuar das desigualdades provocadas pelas mudanças
tecnológicas que se vivem atualmente."Esse
é o desafio transversal a que temos de responder, garantir que a
educação contribui de forma ativa para a igualdade de todos perante as
mudanças tecnológicas que estamos a viver. Só a educação universal e de
qualidade pode garantir que este processo de transformação tecnológica a
que assistimos não venha a acentuar as desigualdades", sustentou.